Parece absurdo, mas, temos judeus que se identificam com discursos de teor nazista, como o de um ser vivo que comparou quilombolas a bichos ao definir o peso deles em arrobas, durante palestra na Hebraica (RJ), e foi aplaudido sob risos.
Felizmente, são uma minoria. Por outro lado, há os judeus que têm a consciência da barbárie que seu povo sofreu e sentem calafrios toda vez que a história dá sinais de que pode se repetir, seja com eles ou com outra minoria – tratemos os palestinos como um caso à parte.
Uma destas iniciativas de conscientização das mazelas históricas é o Museu do Holocausto (PR). Infelizmente, os supremacistas estão se sentindo cada vez mais empoderados, o que torna difícil o respeito e a convivência pacífica com a diversidade, segundo relato que reproduzo da página social da instituição:
“É estarrecedor que não haja uma semana que o Museu do Holocausto de Curitiba não tenha que denunciar, reprovar ou repudiar um discurso antissemita, um símbolo nazista ou ato supremacista. No Brasil, em pleno 2021. São atos que ultrapassam qualquer limite de liberdade de expressão”, denuncia o Museu.
O desabafo ocorreu após o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República ter feito um gesto considerado supremacista durante sessão no Senado Federal. É um gesto que se transformou em símbolo de ódio e é reproduzido pelas figuras mais desprezíveis e bizarras ao redor do mundo.
É estarrecedor que não haja uma semana que o Museu do Holocausto de Curitiba não tenha que denunciar, reprovar ou repudiar um discurso antissemita, um símbolo nazista ou ato supremacista. No Brasil, em pleno 2021. São atos que ultrapassam qualquer limite de liberdade de expressão
— Museu do Holocausto (@MuseuHolocausto) March 25, 2021
Filipe Martins disse que disse que estava arrumando a lapela do paletó. Sim, os supremacistas são covardes e soltam pum na tanga quando confrontados. Vai ser investigado pelo ato e deve pagar pelo erro, de forma exemplar.
Estupefatos, tomamos notícia do gesto do assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República durante sessão no Senado Federal. Semelhante ao sinal conhecido como OK, mas com 3 dedos retos em forma de “W”, o gesto transformou-se em um símbolo de ódio. pic.twitter.com/gkvjsbOXm6
— Museu do Holocausto (@MuseuHolocausto) March 25, 2021
Esse tipo de propaganda deve ser combatido com rigor, pois, é inadmissível em uma democracia.
Os bolsonaristas sabem o significado desta palhaçada. Veja como o presidente pediu para um apoiador lunático apagar a selfie em que faz este sinal:
A minha maior curiosidade é saber qual será o nó argumentativo que Filipe Martins vai dar pra explicar a gracinha dele.
Até o chefe dele conhece o gesto e sabe que pega mal. pic.twitter.com/gjyCacVwJg
— JaIrme’s Vaccine Race 💉 (@jairmearrependi) March 24, 2021
Que o gesto semelhante ao sinal conhecido como OK, mas, com três dedos retos em forma de “W” tenha para o cidadão a mesma conotação que damos aqui no Nordeste.