Querem legitimar a violência contra as mulheres por meio de lei.
Vou dar nome ao boi: Fernando Holiday, um vereador paulistano que se diz pobre, negro e gay, mas que se presta ao desserviço de atacar a dignidade dessas minorias. Amor próprio não é para qualquer um.
Para ele, por exemplo, a sujeira de séculos de racismo deve ser jogada para baixo do tapete. O ser vivo quer extinguir o Dia da Consciência Negra.
Não vou me alongar neste pensamento, vou diretamente ao que interessa.
A “peça rara” apresentou, à Câmara Municipal de São Paulo, o PL 352/2019, com a justificativa de propor “medidas de apoio à mulher gestante e à preservação da vida na rede municipal de saúde”.
Bonitinho, não é? Não, não é.
O projeto do vereador câncervador propõe dificultar o aborto até nos casos permitidos em lei, além de instituir a internação psiquiátrica para grávidas “propensas a realizarem aborto (mesmo nos casos legalmente previstos)”, que passariam por uma lavagem cerebral religiosa.
O projeto é considerado inconstitucional e fere a laicidade do Estado. Religião é uma questão privada. E ponto!
Outra idiotice: segundo a iniciativa, a mulher só poderá interromper a gravidez, nos casos legais, “mediante a apresentação de alvará expedido por autoridade judiciária”.
Atualmente, isso não é necessário, porque o ato já está previsto legalmente.
Eu defendo a internação psiquiátrica. Neste caso, de quem apoia uma violência como esta.
O vereador Fernando Holiday não me surpreende. Continua sendo um nojo.