No Congresso Nacional é inegável o poder de articulação e de influência do deputado federal alagoano Arthur Lira (PP). É tido como mestre na movimentação das pedras do tabuleiro e corajoso nas vias transversas da política.
Só que o seu caminho parece ter sido pavimentado com rastros de nitroglicerina pura.
É tanto que a investida do Ministério Público Federal e do Poder Judiciário contra o parlamentar é contundente.
Mas parece que nada o tira do sério. O homem se mantém, publicamente, inabalável. Confiante, toca o barco como se nada estivesse acontecendo.
Claro que é a estratégia do “isso não é comigo”.
Afinal, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), contra Arthur e mais 4 colegas deles do PP. Eles foram colocados no banco dos réus pelo crime de organização criminosa.
Lira é acusado de receber vantagens indevidas por meio de doações eleitorais oficiais, em um total de R$ 2,6 milhões.
Ele e os três colegas – Agnaldo Ribeiro (PP-PB), Eduardo da Fonte (PP-PE) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI) – são acusados de arrecadação de propina por meio da utilização de diversos órgãos da administração pública, como a Petrobras, a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades.
De acordo com o processo judicial formatado no Ministério Público e aceito pela Justiça, essa operação foi iniciada em 2006 e se estendeu até 2015.
Fato: Arthur e seus colegas estão em uma encrenca considerável, no âmbito jurídico, sem falar na imagem pessoal de cada um.
Mas, o curioso mesmo é que o filho do ex-senador Benedito de Lira não dar um “piu” sequer sobre os fatos. No silêncio, segue agindo pelos corredores do Planalto.
Principalmente, nos bastidores do Congresso.