2 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Blog da Graça Carvalho

Olha o rapa! Passou…! O vai e vem dos ambulantes no Centro de Maceió.

O Centro de Maceió virou uma grande feira ao ar livre e está mais para mercado do que o próprio Mercado

* Por Fátima Almeida

Pimentão, cebola, batatinha, coentro – 2 reais o pacote! Olha a jaca! Inhame, macaxeira da boa, quantos quilos vai levar? Goiaba, abacaxi, acerola, pitomba, manga, jabuticaba fresquinha! Cocada, café com leite, suco, pastel; caldinho de feijão; sopa, mugunzá no copinho; olha a goma, o coco ralado…

Gente, não é exagero. Com toda certeza, nas ruas do comércio central tem sido mais fácil comprar uma jaca do que um aviamento, enquanto no Mercado observa-se a queda de clientela à procura de produtos, nas bancas de horti-fruti.

Aos poucos a tentativa de um e outro ambulante de driblar a fiscalização e entrar com um carrinho de frutas ou verduras no final da tarde, no Comércio, para dar uma incrementada no apurado do dia, tornou-se a ousadia de uma multidão de vendedores que a qualquer hora, de qualquer dia, vai chegando de todos os lados, em todas as direções, e ocupando todo o calçadão da Rua do Comércio, Livramento, Boa Vista, Joaquim Távora, Moreira Lima, Rua das Árvores e adjacências.

Não há mais um só espaço nas ruas do Centro que não esteja ocupado por ambulantes com carrinhos, sombreiros, estandes, bicicletas, tamboretes e outros equipamentos, numa invasão sem precedente, desde a revitalização da área, há cerca de 15 anos. A situação está desfigurando o Comércio de Maceió; e, como uma faca de dois gumes, tem causado prejuízo aos lojistas e afastado os clientes do Mercado central, localizado do bairro da Levada.

Tem gente que ao invés de ir ao mercado, está indo ao Centro pra fazer feira. Eu mesma já fui comprar uma roupa, um calçado e voltei com feijão, batata, inhame, tomate…

Confesso que sou a favor de que se dê toda condição a quem trabalha duro para sobreviver honestamente – e os ambulantes trabalham de sol a sol. Mas tem que haver um ordenamento. Cada coisa no seu lugar e no seu tempo. Se é para liberar geral, que se estabeleça um horário de permissão – quem sabe, no finalzinho da tarde, como acontecia antes.

Do jeito que está, parece que não tem regra, não tem governo, não tem fiscalização… Ops! De repente o grito de alerta ecoa na rua; a correria, o recolhimento, o atropelo: “Olha o rapa!”. E a turma parece tomar chá de pirlim-pim-pim.

E no mesmo repente: Passou! Na maioria das vezes os fiscais chegam e vão embora tão rápido que nem olham para trás. Talvez para fingir que não vêm que ainda nas suas costas, numa questão de segundos, como num passe de mágica: tudo volta ao ‘estado normal’:

– Película, capinha e carregador pra ceeelular!

E a vida segue desordenada no Centro de Maceió. Até quando? Que o diga a Prefeitura!