Prestes a completar 100 dias, em 11 de abril, o governo Jair Bolsonaro conseguiu fechar a semana com um respiro em relação a controvérsias e troca de chumbo entre aliados e parlamentares.
A dúvida é quanto tempo a trégua vai durar, até a próxima troca de tuíte ou declaração agressiva. Mas não para o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, os atritos eram esperados, mas a tendência é que as polêmicas decantem e a reforma da Previdência — o principal projeto do Planalto — avance no Congresso e seja aprovada antes do recesso de julho, tornando-se o portal da prosperidade brasileira.
“É preciso tempo, paciência, resiliência e humildade”, disse Onyx em entrevista ao Correio Braziliense. Para comemorar os 100 dias de governo, ele disse que está sendo preparado um pacote que vai revogar mais de 200 decretos, “para simplificar a vida do cidadão”.
Quanto aos sobressaltos que o governo passou em tão pouco tempo e às resistências a pontos da reforma, ele é direto: “Nenhum projeto de nenhum governo passa incólume pelo Parlamento. Vamos discutir na comissão de mérito”, diz ele, citando o texto do governo não como uma reforma, nos moldes das gestões passadas, mas uma mudança total no sistema previdenciário do país.
Previdência – Disse que sabia que tudo ia ser complexo, em função da alta burocracia. Mas, destacou ter sido convencido de que a reforma da previdência exige “um pacto pelo Brasil. Ou vamos ser a Grécia e mergulhar no abismo ou vamos ser o Portugal, que em um belo dia cortou 30% de pensões de aposentadorias. Os portugueses gritaram, choraram, mas o que aconteceu? Tiveram que aguentar. Imagina cortar 30% de pensão hoje!”
O ministro insiste que a reforma é para todos. “Para todo mundo, a partir da cota de sacrifício no aumento das alíquotas e na incidência de alíquotas para todos — mas, diferentemente das outras, não há retirada de direitos para ninguém, nem no regime próprio, nem na Previdência Geral”.
Ônix Lorenzoni declarou ainda que reconhece agora um cenário muito ruim para os brasileiros. Mas, entende que “a Nova Previdência é um portal das prosperidades. A potência fiscal preparada pelo ministro Paulo Guedes é de R$ 1,1 trilhão em 10 anos. Isso nos dá condição para mostrar ao mundo que o Brasil é solvente”.