27 de julho de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Página anti-Bolsonaro é roubada e filho do candidato mentiu ao desmerecê-la

Grupo original não foi excluído. Está arquivado e as administradoras estão fazendo a limpeza

Golpe baixo da pior categoria. Depois de ter sido invadido no sábado (15) por um hacker, o grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” retomou as suas atividades neste domingo (16). Segundo o próprio Facebook, o grupo foi temporariamente removido durante a madrugada e o início do dia.

“Detectamos atividades suspeitas. Estamos trabalhando para esclarecer o que aconteceu e restaurar o grupo às administradoras”. No fim do dia, o grupo foi reativado. “A página foi restaurada e devolvido às administradoras”. O Facebook preferiu não se manifestar sobre culpado.

Além de ter o nome alterado para “Mulheres com Bolsonaro #17”, a página contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro, do PSL, teve a foto de capa alterada e as administradoras oficias excluídas.

As alterações feitas no grupo, que tem 1,4 milhão de mulheres, além de 1,1 milhão de convidadas que ainda não aceitaram o convite, fizeram com que o Facebook notasse suspeitas de um ataque cibernético, posteriormente confirmado.

A alteração do nome veio acompanhada ainda de ameaça às moderadoras e publicações com discursos de ódio contra o posicionamento político delas; após vários homens terem sido adicionados à página fechada como consequência do ataque cibernético e algumas mulheres deixaram o grupo devido a confusão.

Mentira sem caráter

Eduardo Bolsonaro, filho do candidato à presidência usou seu Facebook no último sábado (15) para desqualificar a formação do grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”. Ele afirmou que a página era pré-existente e tinha outro nome, alterado e, desta forma, inflada.

No entanto, a informação foi desmentida pelo próprio porta-voz do Facebook, que atestou o fato dela ter sido iniciada do “zero”, no dia 30 de agosto.

Mma das moderadoras afirmou que o hacker e a namorada, que teria ajudado na ação, já foram identificados e serão denunciados na Polícia Federal pelo ato. O perfil do invasor foi identificado como Eduardo Shinok.

“O grupo original não foi excluído. Está arquivado e as administradoras estão fazendo a limpeza. O invasor e a namorada já foram identificados e denunciados na Policia Federal por crime cibernético”, comunicou-se antes do grupo ser recuperado.

Outro ponto citado pela moderadora foi o uso da hashtag #EleNão, que foi denunciada por opositores à página como spam. Por isso, foi criado então a #EleNunca, que já alcançou o primeiro lugar entre os tópicos mais falados no Twitter.