7 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Pedir anistia antes de condenação é admitir culpa, afirma Lula

Ex-presidente e aliados são investigados por suposta participação no 8 de janeiro

Lula e Jair Bolsonaro, durante debate eleitoral em 2022

Para o presidente Lula, os pedidos de lideranças da extrema-direita por anistia significam confissão de culpa. Ele ainda ironizou a discussão sobre perdão por crimes.

Ele não citou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas ele e e políticos bolsonaristas têm defendido anistia a condenados por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

“O mundo está tão engraçado que tem um monte de gente que nem foi condenada ainda, já quer anistia. Primeiro, você espera ser condenado, você vai ser processado, você vai ser julgado. Aí, sim, você vai discutir anistia. Mas as pessoas nem foram julgadas, já estão pedindo anistia. Significa que essas pessoas estão dizendo ‘eu sou culpado, não precisa me condenar’. Uma anistia antes de condenar”. Lula.

Bolsonaro defendeu a anistia, durante protesto na Avenida Paulista em fevereiro deste ano. No ato, o ex-presidente afirmou que o perdão seria uma forma de “conciliação” e passar uma “borracha no passado” no país.

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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) renovou o pedido na semana passada, ao participar de um evento da direita. Parlamentares já apresentaram ao Congresso Nacional projetos de lei para conceder o perdão dos crimes, que se tornou bandeira da extrema-direita brasileira.

O ex-presidente é investigado por suposta participação no 8 de janeiro. Ele é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura os incitadores e autores intelectuais dos atos golpistas. A investigação pode culminar no indiciamento do ex-presidente.