O roteiro da intervenção da Executiva Nacional do PT em Maceió, para vetar a pré-candidatura de Ricardo Barbosa, para prefeito, agitou as tendências do partido no dia e noite de ontem, sexta-feira, 12.
Principalmente por que esta foi a segunda vez que o partido agiu para vetar uma candidatura majoritária na capital alagoana.
A primeira foi em 1996, quando a direção nacional determinou a retirada da candidatura de Heloísa Helena, que havia rompido com o então prefeito Ronaldo Lessa, de quem era a vice. Helena candidatou-se a prefeita.
À época, o PT local reagiu a intervenção e bancou a candidatura de Heloísa, que concorreu contra Kátia Born.
Agora as tendências do partido, contrariadas com a investida externa para barrar a candidatura de Ricardo Barbosa, externaram para a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffman, que a intervenção pode até ser consumada, mas que não indicarão vice na chapa de Rafael Brito, pré-candidato do MDB.
E a razão está no fato de o MDB ter chantageado o PT nacionalmente para que a candidatura de Barbosa fosse retirada de cena. Segundo dirigentes petistas, coube ao deputado Isnaldo Bulhões, cumprindo missão do senador Renan Calheiros, reunir-se com o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, para juntos pressionarem no Planalto a retirada da candidatura do PT local.
O entendimento dos petistas é que a indicação de vice é apenas um aceno tolo. Entendem que o real interesse do MDB de Calheiros é o tempo de rádio e televisão do PT, para ser agregado à campanha de Rafael Brito.
Foi aí que um velho petista raiz disse em alto e bom som:
– O MDB fez o que fez com o prefeito Luciano Barbosa na eleição passada, em Arapiraca, e lá a população deu a resposta devida. Aqui, se aceitarmos a indicação do vice será o fim da legenda e de sua autonomia. Será ir muito além do limbo.