A Presidência da República classificou de “imensa farsa” e de um “escândalo digno do Projac” uma investigação da Polícia Federal que tem o presidente Michel Temer (MDB) entre os investigados.
Investigadores da Polícia Federal acreditam que o presidente Michel Temer tenha lavado dinheiro de propina no pagamento de reformas em casas de familiares e dissimulado transações imobiliárias em nomes de terceiros, na tentativa de ocultar bens.
“A investigação da Polícia Federal sobre o suposto benefício do presidente Michel Temer ao grupo empresarial Rodrimar entrou no terreno da ficção policial. Isso porque, na verdade, o decreto dos portos não trouxe nada em favor da empresa”, disse a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência em nota oficial.
O Planalto repudiou a notificação da PF ao STF (Supremo Tribunal Federal) sobre indícios de pagamento de R$ 340 mil mensais a Temer, no fim da década de 90, por parte de empresas da área portuária.
Temer é investigado no âmbito do chamado inquérito dos portos, que tramita no STF, por suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na edição de decreto para prorrogar os contratos de concessão e arrendamento portuários, que teria beneficiado a empresa Rodrimar, segundo as investigações.
De acordo com o Planalto, a PF tenta reabrir investigação já arquivada duas vezes pela Justiça por falta de provas, mesmo “sem fatos novos ou provas” apresentadas. “Usa agora planilha encontrada nesses arquivos. E com base neste documento produz um fantasioso cenário de reconstrução arqueológica, mas está alimentando apenas uma imensa farsa”, disse o Planalto.
Não é o que diz o ministro do STF, Luis Roberto Barroso. Para ele, o esquema de corrupção nos portos já leva mais de 20 anos, ou ou pelo menos até o mês de maio do ano passado, quando o presidente assinou um decreto prorrogando contratos de concessão e arrendamentos portuários, beneficiando companhias ligadas ao MDB.
Amigo de Temer
Nesta semana, foi revelado que a Polícia Federal encontrou planilhas e extratos bancários que apontam cerca de R$ R$ 20,6 milhões em contas de empresas do coronel aposentado João Baptista Lima Filho, amigo do presidente Michel Temer.
Outros R$ 3,04 milhões estão em uma conta do próprio coronel. Ele é suspeito de intermediar o repasse de propinas ao presidente. De acordo com os documentos, o dinheiro está em contas correntes e investimentos em nome do coronel (pessoa física), da PDA Projeto e Direção Arquitetônica LTDA e da PDA Administração e Participação LTDA.