A Polícia Federal apurou no inquérito da Operação Tempus Veritatis que o plano do ex-presidente Jair Bolsonaro era prender, em 18 de dezembro de 2022, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre Moraes, e instituir em seguida o golpe do Estado.
O plano foi descoberto após a descoberta dos investigadores de um áudio apreendido do coronel do Exército Laércio Virgílio, narrando a estratégia golpista do presidente derrotado nas urnas.
O coronel teve o sigilo telefônico quebrado e a íntegra do áudio foi anexado ao inquérito da Polícia Federal, segundo as informações.
No áudio, o coronel também reforça o plano sobre o decreto do estado de sítio e da Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Segundo ele, o objetivo era publicá-lo depois da prisão do ministro Alexandre de Moraes e colocar as Forças Armadas para “agir”.
“Então, se preciso for, vai ser fora das 4 linhas. E aí, nessa ordem de operações, nos decretos, nas portarias que tiverem que ser assinadas, tem que ser dada a missão ao comandante da Brigada de Operações Especiais de Goiânia de prender o Alexandre de Moraes no domingo [18 de dezembro de 2022], na casa dele, como ele faz com todo mundo. E aí, na segunda-feira, ser lida a portaria ou as portarias, o decreto ou os decretos de garantia da lei e da ordem, e botar as Forças Armadas, cujo comandante supremo é o Presidente da República, para agir”, disse Virgílio no áudio golpista.
O coronel confirmou ser autor do áudio, em depoimento à PF e declarou ter enviado a mensagem diretamente ao major Ailton Gonçalves Moraes Barros, que também prestou depoimento no âmbito da Operação Tempus Veritatis.