9 de dezembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

Polícia invade residência errada, aponta arma no rosto de mulher e agride família em Goiás

Agentes intimidam moradores mesmo após perceberam que estavam realmente no local errado

Agentes da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) que cumpriam mandado de busca e apreensão contra homens de tráfico de drogas invadiram a casa errada, na madrugada desta quinta-feira (11) em Aparecida de Goiânia, Goiás.

Insatisfeitos com o próprio erro, após destruírem o portão de uma residência, os policias fortemente armados ameaçaram os familiares, mirando no rosto de quem filmava e agredindo familiares. Mesmo após terem descoberto seu erro.

Os homens procurados são suspeitos de tráfico de drogas e associação para o tráfico, mas na casa que entraram tinha apenas um homem, uma mulher e duas crianças, uma com 9 anos e outra de apenas 2 meses. Mas isso não bastou para que agissem com truculência e completo despreparo.

Liderados por uma agente feminina que apontava a arma para dentro da residência, se depararam com a família que vive ali. A criança de 9 anos aparece correndo para dentro da casa, enquanto o bebê chora e a mãe pode atender, pois está sob a mira de um revólver.

Os policiais deram voz de prisão à família, gritaram com os moradores e até um tapa na cara da mulher que gravava a cena foi dado.

O vídeo ainda mostra os policiais debochando da mulher, que reclamava que a ação feita antes mesmo do dia raiar acordou seus filhos.

“Vocês acordaram meu bebê de 2 meses”, diz a mulher, ao que um policial responde com ironia: “Não, foi você quem a acordou”. A seguir, a policial feminina tenta subtrair o celular das mãos da dona da casa.

Uma tragédia só não aconteceu porque eles finalmente se deram conta que estavam no endereço errado. Em nota, a Polícia Civil de Goiás defende a ação dos agentes e não pede quaisquer desculpas à família atormentada. O estado é governado pelo bolsonarista Ronaldo Caiado (União Brasil).

“A Polícia Civil de Goiás informa que os mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos dentro da legalidade, conforme deferimento de ordem judicial. E que eventuais supostos abusos cometidos durante a operação já estão sendo investigados pela Superintendência de Correições e Disciplina da PCGO”.