Está na lei que se você é eleitor, então pode ser votado.
Mas, a qualidade dos políticos eleitos pelo País afora é de assustar quem pensa na política como um instrumento articulador da vida democrática, do respeito aos direitos e deveres estabelecidos constitucionalmente à sociedade.
Vale relembrar que, na redemocratização do País, as referências políticas no Congresso Nacional e demais casas legislativas municipais já foram dignas do eleitorado.
Hoje, o parlamento é sinônimo de tumulto, interesses inconfessáveis, artimanhas e corrupção. As emendas Pix que o digam. E isso se espalha por estados e municípios.
Se lá atrás havia Teotônio Brandão Vilela, Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Paulo Brossard, Selma Bandeira, Cristina Tavares, Irma Passoni, Márcia Kubitschek, enfim, parlamentares que respeitavam a liturgia do cargo e engrandeciam a política, hoje, o que se tem é a bizarrice ovacionada no parlamento.
Embora, lá atrás, já havia sinais de que a política tinha seus nichos turvos. Tanto, que no município do Pilar, aqui nas Alagoas, a população se organizou para eleger um bode, prefeito. Isso mesmo. Um bode branco, de chifres longos e que visitava “eleitores” nas mesas de bar. Só não foi eleito porque a justiça eleitoral considerou a ideia uma afronta e, obviamente, não cogitou tal candidatura.
Agora, pelo que se percebe, ícones na política atual passam pelo coach (?) Pablo Marçal, cantor Gustavo Lima e até delegados paulistas, ligados ao PCC.
Com toda certeza, todos eles se dizem contra a corrupção. Mas, nenhum deles recusará as emendas Pix, uma vez estabelecidos em mandatos. Trata-se de uma praxe atualíssima.
Quem está lá que o diga se não é assim?