Algumas empresas de táxi de Maceió estão dando descontos de até 30% aos clientes. É pelo natal, que se aproxima?
Não, caro leitor! É a concorrência com o Uber.
Cada vez mais a opção do usuário, o Uber entrou pra valer no mercado da capital alagoana, e tem agradado bastante.
Tanto pelo preço, quanto pela eficiência e qualidade do serviço.
O Sindicato dos Taxistas de Alagoas diz que a categoria não aceita esse desconto. Segundo Thiago Holanda, diretor do Sintaxi/AL, o desconto é prejudicial e os taxistas estão sendo orientados a não aceitá-lo. “Isso prejudica eles, que recebem muito menos pelas corridas”, declara o diretor.
Bom, se pode ter um desconto de 30% no valor a ser pago, fica difícil para o passageiro deixar de lado essa vantagem. Ainda mais num período de crise financeira como o atual.
Seja como for, nesse debate é importante considerar as diferenças entre o táxi e o Uber.
No geral, o serviço oferecido por taxistas é de mediano a ruim.
Há exceções, claro. Como o taxista Orlando Clodoaldo, cujo trabalho é tão diferenciado que mereceu destaque na mídia alagoana1.
Sempre bem trajado, Clodoaldo mantém seu táxi, um modelo novo e confortável, limpo e perfumado; oferece revistas e jornais atualizados e um carregador de celular. Durante a viagem, tem música, que o passageiro escolhe o estilo: de instrumental ao forró, passando por MPB, jazz e ópera.
Tem ainda o caso do Delmário Cerqueira, o primeiro taxista de Maceió a oferecer internet grátis (wifi), a seus passageiros2.
Há taxistas extremamente corretos e educados, como os dois citados acima, mas vamos ser honestos que a imagem generalizada não é boa. Um grande número de profissionais carece da qualidade exigida para essa prestação de serviço.
Quem nunca fez sinal para um táxi, mesmo sem passageiros, e o taxista nem deu bola? Quantas vezes já pegamos táxi cujo taxista cheira a suor ou a álcool? Tem ainda a halitose de alguns que, misericórdia, nem é bom falar. E o ar condicionado, sempre desligado? Quantas vezes o passageiros é obrigado a perguntar se tem, ou está quebrado?
Infelizmente, esse é um cenário frequente na atividade, que existe há mais de 30 anos.
Por isso, o Uber, que chega com estilo, oferecendo segurança e conforto, é para o taxista um ‘inimigo” a ser combatido.
No Uber, qualquer pessoa, com um “smartphone”, chama um carro. Rapidamente chega à sua porta, ou onde quer que esteja, um veículo de boa qualidade, com um motorista educado, que lhe oferece mimos como água, confeito, revista.
Agora, o melhor: com preço mais barato do que um táxi. Considere ainda a comodidade de pagar diretamente no seu cartão de crédito, previamente cadastrado. Chegando ao destino, você desce, diz obrigado e by.
Poucos minutos depois recebe em seu telefone um recibo com o custo do deslocamento, e um pedido para avaliar o serviço.
Aos dirigentes do Sintaxi/AL, deixo um toque: O Uber veio para ficar porque funciona.
Ou os taxistas se adaptam a esse eficiente modelo, ou ficarão pra trás.
Se trabalharem como parceiros do Uber ou buscando formas de superá-los, terão seu espaço.
Afinal, querido leitor, quando a população quer, não há quem segure.
*Para Humberto Braga, que tem no Uber a segurança para curtir seus bares favoritos, sem se preocupar com a Lei Seca.