Januário Paludo, o decano do Ministério Público Federal de Curitiba, Procurador da Operação Lava Jato, vai responder a processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), acusado de corrupção.
De acordo com as informações da Polícia Federal que chegaram à Procuradoria Geral da República (PGR), Januário recebia cerca de R$ 200 mil de propina para dar proteção dentro da Lava Jato a doleiros envolvidos na operação.
Esta é a primeira investigação penal que tem como alvo um procurador da Lava Jato em Curitiba. A apuração partiu de um relatório da Polícia Federal, de outubro, sobre mensagens trocadas entre o doleiro Dario Messer e sua namorada. As mensagens citam propinas pagas a Paludo.
O teor do relatório da PF foi revelado no sábado (30) pelo portal UOL. A PGR considerou o caso gravíssimo e a investigação criminal ficou por conta do subprocurador-geral Onofre Martins, designado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para oficiar perante o STJ. Mas, a Corregedoria do Ministério Público Federal também instaurou sindicância ético-disciplinar sob responsabilidade da corregedora-geral, Elizeta de Paiva Ramos.
Dario Messer é um dos que devem ser ouvidos na investigação penal no STJ. Outros que acusam a Lava Jato de praticar desvios também poderão ser chamados, como o advogado Rodrigo Tacla Duran.
Os diálogos de Messer com a namorada, de agosto de 2018, foram obtidos pela PF em investigações que resultaram na operação Patrón, fase mais recente da Lava Jato fluminense.
Messer disse à namorada que uma das testemunhas de acusação contra ele teria uma reunião com Paludo, e acrescenta: “Sendo que esse Paludo é destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo mês”.
Para a PF, os “meninos” são Claudio Fernando Barbosa de Souza, o Tony, e Vinicius Claret Vieira Barreto, o Juca, suspeitos de atuar com o doleiro lavando dinheiro.