8 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Refinaria na Bahia privatizada por Bolsonaro aumenta o preço do gás

Unidade foi vendida após viagem ao Oriente Médio com milhões de joias em presentes para o ex-presidente

Pouco mais de um mês que a comitiva do então presidente Jair Bolsonaro (PL) retornou do Oriente Médio com milhões de joias em presentes, a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, foi financiada para o Mubadala Capital, fundo financeiro de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

A refinaria foi vendida pela Petrobras por US$ 1,8 bilhão, menos da metade do que valia, segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). A partir de cálculos estimados pelo instituto, eles avaliavam o valor da refinaria entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões.

Com a venda, a Acelen, empresa criada pelo Mubadala Capital para a operação, assumiu a partir de 1º de dezembro de 2021 a gestão da Refinaria Landulpho Alves, que passou a se chamar Refinaria de Mataripe.

Pois bem: que os baianos preparem o bolso, pois o botijão de gás de cozinha sofreu reajuste ontem (1º). O valor pode ficar até R$ 7 mais alto para o consumidor final.

De acordo com a Acelen, responsável por administrar a Refinaria Mataripe, que abastece o estado, o aumento é de 6,5% do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para as distribuidoras, que vão repassar o valor para o consumidor final.

Segundo previsão do Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sindrevgas), o botijão de 13 kg passará a ficar entre R$ 5 e R$ 7 mais caro, o que eleva a média de custo do gás para um valor entre R$123 e R$125. Em Salvador, o preço gira em torno de R$118.

Esse é o quarto reajuste no valor do botijão do gás de cozinha esse ano. Além deste mês de outubro, também houve reajuste de preço em fevereiro, março e setembro.

Veja os valores:

  • Janeiro R$ 6,70 – (redução)
  • Fevereiro R$ 3,81 – (aumento)
  • Março R$1,95 – (aumento)
  • Abril R$4,28 – (redução)
  • R$7,11 (aumento de imposto)
  • Maio – R$5,31( redução)
  • Junho – R$4,11( redução)
  • Julho – R$2,89 (redução)
  • Agosto – (estabilidade)
  • Setembro – R$3,50 (aumento por dissídio coletivo da categoria)
  • Outubro – R$2,60 (aumento)

A variação existe entre aumento, estabilidade e redução, segundo a Acelen, porque o preço do botijão varia de acordo com fatores externos, como custo do petróleo, que é comprado em dólar, que sofre variação a todo instante.