8 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Cotidiano

Representante do MPE deixa irmandade da Santa Casa em meio a análise de balanço financeiro

Promotora pediu desligamento por não aceitar a votação virtual da prestação de contas apresentada em cima da hora. 

A possibilidade de votação e aprovação virtual açodada de receitas e gastos milionários da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, relativo ao ano de 2023, volta a surpreender membros da “irmandade” votante  no balanço financeiro da instituição.

A situação chama a atenção até do Ministério Público Estadual (MPE). Tanto que a promotora de Justiça Karla Padilha, através de ofício encaminhado à Provedoria da Santa Casa, pediu o desligamento por não aceitar a votação virtual da prestação de contas geralmente apresentada em cima da hora.

Fontes da instituição, que preferem não ter os nomes publicados, revelaram que nos últimos anos, o boletim financeiro da movimentação milionária da Santa Casa chega praticamente a 48 horas do prazo de votação, sem dar chances à irmandade contestar a movimentação financeira, notadamente os gastos. Alguns membros já cobraram a apresentação dos relatórios financeiros com antecedência.

No entanto, os gestores, porém, evitam se pronunciar sobre o assunto e mantêm a prática. As prestações de contas anuais ocorrem, sempre, na última sexta-feira do mês de abril de cada ano. Até 2019, os membros da irmandade da Santa Casa de Maceió, designados a apreciar e votar (contra ou favor) ao balanço financeiro, recebiam o documento com 2 dias de antecedência. A prática tornava impossível, em tão pouco tempo, a avaliação detalhada da movimentação financeira. A maioria dos votantes comparecia, presencialmente, para votar no prazo definido e aprovaram “no escuro”, afirmam alguns membros da irmandade.

Ocorreram contestações da prática. Mas nada mudou. Em 2020, por conta da pandemia do coronavírus, a Mesa Administrativa da
Santa Casa, responsável pelas decisões administrativas e financeiras, acatou a solicitação da Provedoriae assim instituiu a votação virtual. Hoje é possível votar das 2 maneiras: virtual ou presencial. A prática de apresentar o balancete financeiro não deve mudar.

Dois dias antes da última 6 feira deste mês de abril, a instituição deverá divulgar a movimentação de receitas e gastos e neste mesmo prazo enviará cópias à irmandade. O conselho votante varia entre 150 até 200 votantes. A maioria quer receber o balanço com antecedência. Como alguns não aceitam esta votação virtual, o quórum esperado para a votação deverá ficar em pouco mais de 150 pessoas.

A situação deixou em alerta a representante do MPE, promotora Karla Padilha, que já oficializou a saída da irmandade e o caso, por envolver recebimentos de milhões de reais (público e privado), passa a chamar a atenção dos órgãos de fiscalização e controle.

Fonte: emtemponotícias.com