Citado por Luis Miranda (DEM-DF) como o nome dito por Jair Bolsonaro (sem partido) como associado a um possível escândalo na compra da vacina Covaxin, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), depõe hoje à CPI da Covid a partir das 9h30.
De acordo com o depoimento do deputado e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, o presidente teria dito a eles após ser alertado de problemas contratuais no processo de aquisição do imunizante indiano: “Isso é coisa de um fulano”.
À Comissão, as testemunhas declararam tratar-se Barros, possível articulador de esquema que visava atropelar procedimentos burocráticos e acelerar a importação da Covaxin.
Ele deve ser questionado pelos senadores sobre suas relações com a compra da vacina Covaxin, com o ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias e com a empresa de medicamentos Precisa.
Barros foi ministro da Saúde no governo de Michel Temer (MDB, 2016-2018). Também foi vice-líder do governo na Câmara durante o mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2003-2010). Em 2019, passou a dar orientações aos governistas no plenário da Câmara. Ele também responde a um inquérito policial sobre uma venda de usina no Paraná.
Em junho, negou ter participado da compra das vacinas da Covaxin, alvo de um inquérito na Polícia Federal e de uma investigação no Ministério Público.
Barros também disse, ainda em 2020, que Jair Bolsonaro defendia 60% dos brasileiros contraíssem a covid-19 para que elas ficassem, supostamente, “imunizadas” contra o vírus.