18 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Rússia invade a Ucrânia

Putin no entanto nega guerra ou ocupação; ucranianos pedem ajuda ao Ocidente

A Rússia decidiu atacar a Ucrânia nesta quinta-feira (24). E a capital ucraniana, Kiev, considerou o ato como invasão total. É mais grave crise militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

O presidente Vladimir Putin foi à TV para dizer que faria uma “operação militar especial” no Donbass, a área de maioria russa étnica no leste do vizinho.

Putin disse que quer trazer à justiça quem cometeu o que chamou de “genocídio” e “crimes” contra russos nas áreas, além de “desmilitarizar e desnazificar” a Ucrânia.

“Tomei a decisão de conduzir uma operação militar especial. Nossa análise concluiu que nosso confronto com essas forças [ucranianas] é inevitável (…) Algumas palavras para aqueles que seriam tentados a intervir: a Rússia responderá imediatamente e você terá consequências que nunca teve antes em sua história”. Vladimir Putin.

Ao menos sete pessoas morreram após o avanço das tropas russas no norte e leste da Ucrânia, informou o site CBS News. Apesar disso, seu comando militar confirmou apenas que “armas de precisão estão degradando a infraestrutura militar, bases aéreas e aviação das Forças Armadas ucranianas”.

Além disso, o comando militar das repúblicas rebeldes afirma que está avançando com suporte russo rumo às fronteiras que consideram suas, violando assim território ucraniano que estava sob Kiev. O nome disso é guerra, invasão ainda que não total.

O Ministério russo das Relações Exteriores também prometeu uma resposta “forte” e “dolorosa” às sanções anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ontem, após Putin reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia.

Tanques, tiros, explosões

A cidade portuária no mar Negro fica a 180 km da capital da região de Rostov e é um ponto importante perto da chamada linha de contato, a fronteira de 430 km entre os rebeldes pró-Rússia e as forças de Kiev. Segundo Kiev, morreram ao menos duas pessoas lá.

Há explosões ouvidas em diversos pontos do país, e uma chuva de versões em redes sociais. Houve relatos de Kiev, negados depois pelo governo, de forças russas desembarcando em Odessa, importante porto no mar Negro.

Na cidade, segundo o governo ucraniano, morreram ao menos seis pessoas em ataques com mísseis.TVs mostraram tanques que estariam invadindo o norte do país a partir de Belarus, sem confirmação independente.

Por outro lado, Moscou falou que forças ucranianas “não estão resistindo a unidades russas”, sem dizer onde. Também foi relatada a derrubada de cinco aviões e um helicóptero russos, o que Moscou nega

Otan

A Rússia tem mais de 150 mil soldados, tanques e mísseis posicionados ao longo da fronteira ucraniana. O regime de Vladimir Putin —que, inicialmente, negou a intenção de invasão e acusou americanos de “histeria”— reclama de uma eventual adesão de Kiev à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética.

Para Putin, a Otan é uma ameaça à segurança da Rússia por sua expansão na região. Por isso, o presidente quer uma declaração formal de que a Ucrânia nunca vai se filiar à aliança.

Em contrapartida, os Estados Unidos e países aliados do Ocidente (como o Reino Unido, França e a Alemanha) ameaçam o país com “sanções econômicas severas” e “resposta ágil”, caso a invasão ocorra.