(*) Por Graça Carvalho
Uma notícia preocupante para quem enfrenta os desafios de garantir o desenvolvimento e a qualidade de vida de filhos e filhas especiais. Cerca de 180 crianças e adolescentes, em sua maioria autistas, que estão em tratamento complementar na Associação de Equoterapia de Alagoas, podem ficar sem essa assistência até o final deste mês.
Segundo o médico e psicólogo Bráulio Cavalcanti, fundador da Associação, o convênio que garantia o repasse mensal de R$ 18 mil não será mais renovado pelo Estado de Alagoas.“ Estamos mobilizando os familiares, explicando a situação. Precisamos reunir forças para evitar que haja descontinuidade no tratamento das crianças ”, apelou Cavalcanti.
A equoterapia é um método terapêutico e educacional, que utiliza o cavalo em uma abordagem multidisciplinar e interdisciplinar, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiências. A Associação alagoana funciona há 23 anos, sendo, atualmente, presidida psicóloga Clarice Macedo, que é também responsável pela assistência às famílias das crianças e adolescentes assistidos.
Junto com Clarice e o fundador da instituição, dois educadores físicos, uma psicopedagoga e uma pedagoga integram a equipe multiprofissional, além da recepcionista e de quatro tratadores de animais. Além de garantir a remuneração da equipe, a Associação também utiliza a verba do convênio para manter saudáveis doze cavalos utilizados nas sessões.
O adolescente F.T, de 17 anos, é um dos beneficiados pelo convênio da Associação com o Estado. Diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), desde os quatro anos, ele é atendido na Associação. A mãe, Rosângela Trindade, farmacêutica, lamentou a notícia da possível suspensão do tratamento. “Essa atividade com os cavalos é a coisa que mais dá prazer ao meu filho. O que vai ser dele e dos outros especiais?”, questiona Rosângela.
Parte da 
experiência de sucesso da aplicação da equoterapia em Alagoas pode ser constatada no livro “Autismo, uma visão sistêmica em equoterapia”, publicado pela Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal), no qual o próprio Bráulio Cavalcanti relata, com detalhes, a eficácia do método da equoterapia realizada pela clínica multidisciplinar da Associação de Equoterapia de Alagoas.