7 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

“Se eu cometi crime, está prescrito”, diz Moro que flerta a confissão de seus crimes

Senador foi além e disse que renuncia ao mantado “se tiver gravação contra autoridades que eu tenha autorizado”

O senador Sergio Moro negou, nesta quinta (5), qualquer irregularidades em investigações que envolveram o delator Tony Garcia. Este teria recebido do ex-juiz uma lista com 30 missões para executar em troca de um acordo de colaboração.

Uma delas são pedidos de grampos que envolvem deputados e magistrados. Moro, vale lembrar, era juiz de primeira instância à frente da Lava Jato e não tinha jurisdição sobre autoridades com foro privilegiado.

Mas mesmo assim, já fez sua defesa sobre o caso que chegou ao Supremo Tribunal Federal, dizendo que, “se cometeu crime”, tudo já prescreveu, pois são coisas que aconteceram há mais de 20 anos atrás.

“Se tiver gravação contra autoridades que eu tenha autorizado, eu renuncio ao meu mandato de senador. São fatos de 20 anos atrás. Se eu tiver cometido crime, está prescrito”. Moro, em entrevista à jornalista Daniela Lima, da GloboNews.

Tony Garcia, empresário e ex-parlamentar paranaense, alega que foi usado como espião informal por Moro em investigações para pegar advogados, magistrados e deputados, a partir de 2004.

Tony teria gravado uma conversa na qual seu antigo advogado, Roberto Bertholdo, disse que usou parte de R$ 600 mil recebidos pelo cliente para comprar uma sentença de Fischer por meio do escritório de advocacia de seu filho.

Sobre a acusação, Moro disse à GloboNews que Tony Garcia é um “estelionatário sem credibilidade” que jamais foi incitado ou conseguiu por conta própria juntar elementos sólidos que comprovassem a participação de ministros, desembargadores ou juízes em esquema de venda de sentenças.