6 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

STF dá 10 dias para Bolsonaro explicar políticas voltadas à população negra

Ação foi protocolada na Corte pelos partidos PT, PSOL, PSB, PCdoB, Rede Sustentabilidade, PV, PDT, a partir de provocação da Coalizão Negra por Direitos

A ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu dez dias para o presidente Jair Bolsonaro (PL) esclarecer quais são as políticas públicas adotadas pelo governo federal em relação à população negra.

O pedido de esclarecimentos, assinado pela ministra relatora da ação no STF na sexta-feira (27), é resultante de uma ação protocolada na Corte pelos partidos PT, PSOL, PSB, PCdoB, Rede Sustentabilidade, PV, PDT, a partir de provocação da Coalizão Negra por Direitos.

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Segundo a ação, o pedido foi realizado pelos partidos “em face de ações e omissões reiteradas do Estado Brasileiro que acarretam a violação de preceitos fundamentais, como o direito à vida, à saúde, à segurança e à alimentação digna da população negra”.

“No mérito, requer-se a procedência do pedido para que seja reconhecido um estado de coisas inconstitucional a exigir a adoção de políticas públicas voltadas a sanar o quadro de violação de direitos da população negra brasileira. Ademais, pugna-se pela confirmação das providências postuladas cautelarmente, a fim de que sejam determinadas à União Federal a elaboração e a implementação, com a participação de organizações da sociedade civil e do movimento negro, de um ‘Plano Nacional de Enfrentamento ao Racismo Institucional e à Política de Morte à População Negra'”. Trecho da ação.

As siglas partidárias também apontam problema estrutural no país ligado ao aumento da letalidade de pessoas negras “em consequência da violência institucional e da desconstrução de políticas públicas voltadas à saúde e à redistribuição de renda que lhes favoreça”.

Eles ainda defendem, entre outros, a adoção de políticas sociais de inclusão que considerem as diferenças sociais e raciais existentes entre as populações negra e branca, tidas “como um legado da escravidão e do racismo que gera impactos no acesso a direitos e serviços de forma díspar entre esses grupos”.