O Sistema Único de Saúde – SUS – tem registrado uma crescente notificação de casos de pessoas intoxicadas pelos agrotóxicos no Brasil.
Os casos são proporcionais a liberação de uma larga quantidade de veneno pelo Ministério da Agricultura para a aplicação nas lavouras do agronegócios brasileiro.
Em 2015, o governo federal liberou 139 agrotóxicos, enquanto o Ministério da Saúde registrou 12.797 casos de pessoas intoxicadas.
Em 2018, o Ministério da Agricultura liberou 450 produtos venenosos para a lavoura, enquanto o da Saúde acusou 15.107 casos de enfermos pelos venenos.
Os dados são oficiais.
Sem falar que este ano 262 agrotóxicos foram liberados para a festa dos senhores das terras do País.
Em consequência dos agrotóxicos 445 pessoas morreram em 2017, de acordo com o Ministério da Saúde. A pasta aguarda os números de 2018 que ainda não foram revelados e não se sabe o porquê.
Ou talvez sim.
O fato chamou a atenção do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que tem discutido amplamente a utilização desenfreada dos agrotóxicos na agricultura brasileira.
Segundo a conselheira Myrian Coelho Cunha da Cruz, o CNS tem várias preocupações relacionadas a esse tema, não só quanto ao alimento que consumimos, mas em relação à saúde do agricultor e a qualidade do meio ambiente.
“Ao contrário do que às vezes é veiculado, não há como retirar o agrotóxico do alimento antes do consumo, pois ele compromete todo o fruto, e também as estruturas da planta”. Pontuou Cruz.
Por fim, os dados do Ministério da Saúde revelam que os agrotóxicos são também responsáveis pelo aumento de vários tipos de câncer nas pessoas intoxicadas.
Mas, nos duros tempos de hoje um alerta só não basta.