26 de julho de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

TCU quer investigação do ministro Márcio Macedo acusado de usar dinheiro público para curtir o Pré-Caju

Ele foi ao carnaval fora de época de Aracaju no ano passado com mais 3 assessores, todos com despesas pagas pela União

Ministro Márcio Macedo curtiu o Pré-Caju e foi denunciado por conta do uso do dinheiro público

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, fez uso de dinheiro público para custear a viagem de três servidores para Aracaju (SE) e participar de uma festa de “carnaval fora de época”, no fim do ano passado.

A informação está sendo veiculada pelo jornal Estado de São Paulo, que aponta um fotógrafo da Presidência da República como um dos três beneficiados com os custos da viagem pagos pelo tesouro nacional.

Na agenda do ministro, segundo apuração dos repórteres Gabriel de Sousa e Tácio Lorran, constava uma agenda particular entre os dias 3 e 5 de novembro. Para justificar a ida dos assessores, a Secretaria-Geral informou que eles acompanhariam Macêdo em visita a uma ONG cuja sede está em um município vizinho a Aracaju. O endereço da ONG está registrado na Receita Federal.

A agenda oficial de Macêdo, entretanto, não registrou nenhuma missão. O chefe da pasta também não postou foto do encontro nas redes sociais. Em contrapartida, publicou 28 imagens e um vídeo na folia. Aracaju é o reduto eleitoral de Macedo.

A Secretaria-Geral da Presidência da República informou ao Estadão que irá abrir uma sindicância para investigar o caso. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) também pediu para o Tribunal de Contas da União (TCU) apurar se os recursos foram destinados de forma irregular.

Segundo o jornal, os três servidores tiveram passagens e diárias pagas a mando do próprio ministro de Lula, de acordo com registro do Portal da Transparência. A viagem custou R$ 18.559,27 aos cofres públicos. O fotógrafo Bruno Fernandes da Silva, conhecido como Bruno Peres, o assessor Yuri Darlon Góis de Almeida e a gerente de projetos Tereza Raquel Gonçalves Ferreira receberam R$ 3.656 em diárias do total. O restante se refere às passagens.

Número 2 da pasta é ‘bicada’

Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo a viagem dos assessores de Macêdo resultou na demissão da número 2 da Secretaria-Geral. A secretária-executiva Maria Fernanda Ramos Coelho teria se desentendido com o ministro após negar autorizar os recursos para a passagem. Ela foi exonerada da pasta nesta terça-feira (9).

A Secretaria-Geral da Presidência afirmou que “nunca houve tratativa sobre quaisquer passagens nem diárias de viagem entre a ex-secretária e o ministro Márcio Macêdo”. A pasta também disse que a servidora foi quem pediu a exoneração por “motivos pessoais”.