5 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
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Tiro das empresas de Collor nos credores da OAM pode ter saído pela culatra

Enquanto as empresas de Collor fazem de tudo para dar um calote nos trabalhadores, do outro lado os credores enxergaram na estratégia da Organização uma oportunidade de ampliar a luta e correr atrás do prejuízo

Collor: tiro saiu pela culatra | Reprodução/Instagram

As aulas de tiro não serviram de nada para Fernando Collor. O disparo que a Organização Arnon de Mello (OAM), em recuperação judicial, deu nos credores durante a assembleia desta terça-feira (12), pode ter saído pela culatra.

Sem contar com a mobilização da classe de credores trabalhistas, que se agigantou nos últimos dias antes da assembleia, o jurídico das empresas do ex-presidente pediu mais 45 dias para “aperfeiçoar” os termos do plano de pagamento, coisa que não fez nesses quase três anos de RJ. A próxima batalha, agora, está prevista para 24 de maio.

Para a categoria, esse adiamento é uma demonstração de que as empresas foram surpreendidas com os rumos tomados pela mobilização, principalmente dos jornalistas, que foram demitidos sem receber um cruzado novo de seus direitos trabalhistas. A avaliação geral é de que a OAM está acuada e deve utilizar esse tempo para se armar.

Eles, por exemplo, vêm chamando trabalhadores desesperados (pelo desemprego e pela fome) e propondo um deságio infernal nas indenizações. Pagam 80% do valor “acordado” e os outros 20% ficam prometidos para depois da assembleia. Alguns passaram procuração para o advogado da empresa votar por eles. Tudo na legalidade, segundo a 10ª Vara de Maceió.

Enquanto as empresas de Collor fazem de tudo para dar um calote nos trabalhadores, do outro lado os credores enxergaram na estratégia da Organização uma oportunidade de ampliar a luta e correr atrás do prejuízo. Os trabalhadores ficaram mais fortes e estão transformando a força do ódio em mobilização. O clima é de que o jogo vai virar.

Bradesco manda recado desaforado

Entre os credores pessoas jurídicas, o banco Bradesco deixou uma mensagem incisiva para constar em ata. A instituição bancária, que votou “sim” pelo adiamento da assembleia de credores, também espera que o “aperfeiçoamento” do plano seja real.

Veja a mensagem:

O Banco Bradesco mostrou-se favorável à suspensão, desde que seja apresentado PRJ modificativo. Salientamos que o Bradesco poderá concordar com o plano caso seja alterado para as seguintes condições: Sem deságio; Carência: 12 meses a partir da aprovação do PRJ; Encargos: TR + 1,25% a.m., a contar da data do requerimento da RJ; Prazo de pagamento: 96 meses, através de pagamento mensal e consecutivas, sem vínculo com fluxo de caixa ou qualquer outro fator contábil da empresa; Periodicidade de pagamento: mensal. Primeiro pagamento no 13º mês após a aprovação do PRJ.

Conclusão: os credores estão bem acordados e, quanto mais putos ficam, pior.