O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, está sendo denunciado por ter pressionado a ex-diretora de Inteligência da Polícia Federal (PF) Marília Alencar, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), a forjar acusações sobre um elo da campanha eleitoral de Lula (PT) com facções criminosas.
A denúncia foi publicada pela revista Veja. Segundo as informações, a ex-diretora da PF registrou as pressões recebidas para praticar a fraude em seu aparelho celular, em 2022.
O acesso ao registro das pressões que Marília Alencar recebeu de Torres, então ministro da Justiça, foi fruto da quebra de sigilo telefônico. No celular há anotações feitas por ela em que descreve uma reunião no gabinete ministerial, em outubro de 2022, às vésperas do segundo turno das eleições, onde lhe foram feitas exigências para forjar a historia contra o PT e o candidato Lula.
“Havia uma certa pressão para que eu fizesse um relatório que indicasse a relação do PT com facções criminosas. Não fizemos por que não havia provas”, anotou Marília no celular.
Marília é delegada da Polícia Federal e estava prestes a depor na CPMI do 8 de janeiro, mas conseguiu com o ministro Nunes Marques um habeas corpus para não comparecer ao depoimento à comissão.