27 de julho de 2024Informação, independência e credibilidade
Opinião

A necessidade de um Projeto Popular e Democrático para as eleições de Maceió

É preciso destacar que uma aliança com o MDB, ainda que pareça tentadora em um primeiro turno, seria um erro tático

Por Tiago Di Lucas*

Enquanto as eleições municipais de Maceió se aproximam, vejo como fundamental que a esquerda maceioense se una em torno de um projeto popular e democrático que verdadeiramente represente os interesses da classe trabalhadora da cidade.

Este é um momento em que nós nos deparamos com uma encruzilhada histórica e, a partir dele, os próximos anos serão construídos. A capacidade de produzir um projeto popular e demonstrá-lo à sociedade fará a diferença para os períodos vindouros, uma vez que também enfrentamos uma escassez de quadros.

Para reorganizar nosso campo e fortalecer nossas bases, é necessário uma candidatura de unidade entre partidos como a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), PDT, Psol, PCB e UP. Vale destacar que a Federação Brasil da Esperança já apresentou a pré-candidatura de Ricardo Barbosa. Essa união garantirá que nossas políticas e valores sejam representados diretamente, oferecendo uma alternativa para a população de Maceió.

Ao lançar uma candidatura de esquerda, fortalecemos nossas bases eleitorais na cidade, afirmando nossa presença no território e mobilizando a militância e os apoiadores, além de fazermos o combate ao sectarismo no centro da Esquerda. Além disso, esse movimento nos permite disputar as ideias de maneira mais eficaz, apresentando um programa próprio que será debatido por uma parcela maior da sociedade maceioense se comparado a quando saímos divididos para a disputa.

É preciso destacar que uma aliança com o MDB, ainda que pareça tentadora em um primeiro turno, seria um erro tático. Diluir os nomes da esquerda dentro de uma aliança onde não teríamos um retorno claro é contraproducente. Em uma conjuntura em que precisamos fortalecer nossas fileiras e não há novos nomes destacados, aliar-se ao MDB poderia gerar uma atrofia que prejudicaria as novas gerações de líderes políticos em Maceió, e isso é algo que não podemos nos dar ao luxo de fazer.

A divisão das candidaturas majoritárias da esquerda seria igualmente frustrante. A dispersão de votos entre múltiplos candidatos comprometeria a força e a coesão necessárias para enfrentar os desafios representados pela oposição e consolidar um projeto para Maceió. A unidade é essencial não apenas para aumentar as chances de sucesso eleitoral, mas também para garantir uma representação sólida e coesa dos ideais e propostas.

No segundo turno, enfrentaremos o desafio representado pelo bolsonarista JHC. Este gestor público, com seus vícios antidemocráticos, é um produto da elite retrógrada de Alagoas. Para combatê-lo, precisamos de maturidade política para construir, no segundo turno, uma frente ampla e democrática, capaz de unir diferentes segmentos da sociedade em torno de um projeto que priorize os interesses do povo de Maceió.

Neste momento de grande responsabilidade sobre o futuro de nossa cidade e também do nosso campo, é fundamental que a esquerda maceioense se una em torno de um projeto popular e democrático que possa verdadeiramente transformar a realidade de nossa população. Não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar esta oportunidade histórica. O futuro está em jogo.

 

 

*Tiago Di Lucas é jornalista formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), com passagens pelos cursos de Direto, Teologia e Medicina. É ex coordenador-geral do DCE Ufal, tendo sido conselheiro universitário. Além disso, já foi dirigente nacional do Levante Popular da Juventude.

One Comment

  • Avatar Silvana Moreira

    Texto perfeito. A esquerda a de se fazer representada por seus pares, há de ser feita uma união que a represente , não só para este momento, deve-se trabalhar para se ter um nome forte ,para se ter musculatura política contra o que está hj no poder e que não representa os interesses da população de Maceió

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