19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Acusação para cassação de Moro aponta gastos de R$ 19 milhões na pré-campanha

Os gastos do ex-juiz para a eleição são quatro vezes maior que o limite previsto na legislação eleitoral

 

Moro: a caminho da cassação do mandato por abuso do poder econômico

O senador Sérgio Moro (Podemos) é acusado em duas ações de cassação de mandato na justiça do Paraná de ter gasto na pré-campanha eleitoral mais de R$ 19 milhões.

A fatura é considerada quatro vezes maior que o teto de despesas fixado pela Justiça Eleitoral, que é de R$ 4,4 milhões. Os custos, portanto, significam abuso de poder econômico praticado por Sérgio Moro.

Segundo o colunista de O Globo, Lauro Jardim, “a disparidade entre o estipulado pelo TSE e o orçamento mencionado pelos acusadores de Moro aconteceu porque, segundo eles, o senador transportou para a disputa do Legislativo a lógica financeira criada para tentar emplacar seu nome à Presidência da República, corrida da qual ele desistiu em março de 2022, quando trocou de partido”.

Convocados pelo Judiciário a colaborar com a produção de provas, o Podemos, antiga sigla de Moro, e o União Brasil, a atual legenda, serão responsáveis por entregar contratos e mais documentos para a verificação dos valores levantados pelos autores das ações.

Os maiores montantes são referentes a serviços de marketing político. Teria sido firmado, de acordo com as ações, um contrato de R$ 2 milhões com a D7 Produções Cinematográficas, do marqueteiro Pablo Nobel, para a produção de vídeos para internet e inserções partidárias na TV.

Depois, outro compromisso de R$ 14,8 milhões teria sido feito com a 2022 Comunicação SPE, também de Nobel, para o gerenciamento de imagem, discursos e conteúdos ligados à candidatura de Moro ao Legislativo.

A ordem para que as provas sejam adicionadas ao caso foi proferida em 13 de junho mas, até aqui, não foi cumprida. O TRE do Paraná até agora não intimou o Podemos e o União Brasil para cumprirem a determinação.