4 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Acusado de caixa 2, Bolsonaro quer ‘caixa-preta’ do PSL

Presidente cobrou transparência sobre o fundo partidário. ‘Todo mundo tem que saber o que é feito com esse dinheiro’

O presidente Jair Bolsonaro quer mais transparência do PSL e que o partido deve abrir o que chamou de “caixa-preta”. E afirmou que existe a possibilidade de deixar a sigla. As declarações ocorrem em meio à crise com o deputado federal Luciano Bivar, presidente do PSL.

Na sexta-feira (11), Bolsonaro e mais 21 parlamentares pediram formalmente acesso às contas do PSL para fazer uma auditoria. Em resposta, a cúpula da legenda decidiu solicitar uma análise das contas da campanha do presidente na eleição do ano passado.

O ataque feito por Jair Bolsonaro a seu próprio partido tem ainda a disputa do fundo partidário de R$ 359 milhões, mas o presidente negou que a briga com o comando do PSL tenha como motivo o controle do dinheiro.

“Não estou atrás de fundo partidário. Fiz minha campanha com R$ 2 milhões da vaquinha virtual. O partido ganha R$ 8 milhões por mês. É dinheiro público e todo mundo tem que saber o que é feito com esse dinheiro. É uma caixa-preta que tem que ser aberta pelo PSL”. Jair Bolsonaro, presidente.

Quem acompanha o racha diz que há uma junta de advogados trabalhando num plano para não deixar desprotegido parlamentares que queiram abandonar o partido junto com o presidente. Mas o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), diz que os colegas correm risco.

O Presidente da República, Jair Bolsonaro, ao lado de Marcelo Álvaro Antônio, Ministro de Estado do Turismo.. Foto: Isac Nóbrega/PR

Caixa 2

Notas fiscais da empresa Viu Mídia entregues pelo PSL de Minas Gerais à Justiça Eleitoral reforçam a suspeita de caixa dois na campanha do partido em 2018. Os documentos, que integram a prestação de contas da legenda, corroboram dados de uma planilha apreendida pela Polícia Federal na sede da empresa.

O arquivo encontrado pela PF sugere que parte do dinheiro do esquema de candidaturas de laranjas foi desviado e abasteceu, por meio de caixa dois, campanhas de outros candidatos do PSL, entre elas a do presidente Jair Bolsonaro e a de seu hoje ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Os dois negam irregularidades.

O caixa dois é a movimentação de recursos sem o conhecimento da Justiça Eleitoral e pode ser punido com até cinco anos de prisão.