IO esquema de espionagem ilegal montado na Agência Brasileira de Informação (ABIN) foi montado para proteger os esquemas dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo a Polícia Federal.
O deputado federal e ex-diretor da agência, Alexandre Ramagem, é tido como mentor do sistema e por isso foi alvo de operação da Polícia Federal, nesta quinta-feira, 25.
Ramagem é acusado de ter autorizado o monitoramento da promotora de justiça do Rio de Janeiro, que coordenava a investigação do assassinato da vereadora do Psol, Marielle Franco, e do motorista Anderson.
Mas, além deles mais 1.500 personalidades, entre autoridades e jornalistas foram monitorados ilegalmente pela equipe da Abin, para atender aos interesses de Jair Bolsonaro e familiares, segundo consta no processo enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que tem o ministro Alexandre de Moraes, como relator.
Entre as autoridades monitoradas, estão a ex-deputada Joice Hasselmann, o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT), o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, além de desafetos de Bolsonaro como os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.
Com o inquérito em mãos, o Moraes afirma ainda que a PF encontrou diálogos entre ex-servidores da Abin falando de “ações de inteligência” para atacar as urnas eletrônicas e o processo eleitoral.
“As supostas ‘ações de inteligência’ foram realizadas sob a gestão e responsabilidade de Alexandre Ramagem, conforme se depreende da interlocução entre Paulo Maurício e Paulo Magno [ex-gestões da Abin] tratando do ataque às urnas eletrônicas, elemento essencial da atuação das já conhecidas ‘milícias digitais’.”