O Amapá teve um novo blecaute na noite de terça (18). Por volta de 21h, um apagão atingiu 13 cidades do estado, incluindo a Região Metropolitana de Macapá. São os mesmos municípios já afetados pelo apagão anterior.
Segundo relatos de alguns moradores em grupos do WhatsApp, em alguns bairros de Macapá a eletricidade “fica indo e voltando” a todo momento. Por volta as 23h20, a energia começou a retornar gradativamente.
ATENÇÃO!! Estamos novamente com APAGÃO TOTAL no Amapá. É URGENTE um esclarecimento das autoridades responsáveis sobre o que aconteceu neste momento.
— Randolfe Rodrigues 🇧🇷 (@randolfeap) November 17, 2020
O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) disse que inspeciona linhas e subestações para identificar a causa da ocorrência. A CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá) afirmou que ainda não há informações sobre o que pode ter causado a falha.
Desde o dia 3 de novembro, o estado enfrenta problemas com o fornecimento de luz. A subestação de energia elétrica da capital Macapá pegou fogo e provocou um blecaute em 13 dos 16 municípios. A energia começou a ser restabelecida no dia 7, mas em regime de rodízio.
Dói, é estressante, é HUMILHANTE, É DESUMANO !
Macapá- AP – 2° apagão em meio a um rodízio de energia.#sosoamapa #AmapaPedeSocorro pic.twitter.com/lErJULcXRI
— Andrey Soares (@SoaresAndrey_) November 18, 2020
As primeiras informações apontavam que o novo apagão teria ocorrido em função da sobrecarga no transformador da subestação de Macapá.
Investimentos
Menos de quatro meses após a assinatura de empréstimo para reduzir aumentos na conta de luz, as tarifas voltam a ser pressionadas pela seca e pelo apagão do Amapá, que demandam a contratação de térmicas tanto para poupar água nos reservatórios das hidrelétricas quanto para garantir o abastecimento aos amapaenses.
Nesta segunda, em reunião extraordinária, o CMSE (Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico) decidiu manter a operação de térmicas a gás natural no país e ampliou a autorização para que a Eletronorte contrate usinas emergenciais a óleo para o Amapá.
No primeiro caso, os custos são repassados à conta de luz de todos os brasileiros por meio das bandeiras tarifárias cobradas na conta de luz. No segundo, a conta vem via encargos setoriais pagos pelos consumidores de eletricidade. O tamanho da conta vai depender de quanto tempo as medidas serão necessárias.
Segundo dados do ONS, o volume de geração de energia por usinas térmicas no país atingiu no fim de outubro os maiores patamares desde 2017. Nesta segunda, 22,5% da energia gerada no sistema elétrico nacional vinha de usinas desse tipo.
Em julho o governo assinou um empréstimo de R$ 14,8 bilhões a distribuidoras de eletricidade, com o objetivo de adiar repasses que encareceriam a conta de luz em meio à crise gerada pela pandemia. O empréstimo será cobrado na conta de luz em 54 meses, após carência de 11 meses.