6 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

Após perder na eleição, Canuto interrompe licença na Câmara

Ele, que lesionou os ligamentos do tornozelo e havia pedido quatro meses durante a campanha, tentou ser Deputado Federal

O vereador Eduardo Canuto (PSDB) retornou às atividades legislativas de vereador e líder do governo na Câmara de Maceió. O parlamentar estava de licença dos trabalhos para concorrer a uma vaga à na Câmara Federal nas eleições do último domingo (7).

Ele, que lesionou os ligamentos do tornozelo e havia pedido quatro meses durante a campanha, não conseguiu se eleger Deputado Federal, então antecipou o retorno. Ele ficaria afastado por 122 dias.

“Os quatro meses serviriam para colocar meu nome à disposição da sociedade em discussão nacional e ter um tempo maior com a família. Mas, esse período é bastante importante para Câmara e para o governo do qual sou líder nesta Casa e retorno para trabalharmos na discussão e votação do orçamento de Maceió para o ano que vem”, disse ele na bancada.

Ele, que parabenizou os colegas parlamentares que conseguiriam se eleger, parece ter voltado para onde não queria. Há anos como líder do prefeito Rui Palmeira, saiu do PV para o partido tucano antes da última eleição para vereador. E era dado como nome de confiança de Palmeira, sempre mantido como líder na Casa.

Candidato ao Governo

Com apoio direto do prefeito no horário eleitoral e durante as campanhas, Canuto poderia ter alcançado maior projeção. Ele era o nome mais cotado para assumir a chapa do PSDB para uma eleição no Governo do Estado. Provavelmente nem arranharia Renan Filho (MDB), mas seria o suficiente para se projetar politicamente e, em dois anos, tentar suceder Rui Palmeira concorrendo à Prefeitura de Maceió.

Apesar do apoio do prefeito e do então eleito senador Rodrigo Cunha, Eduardo Canuto enfrentou resistência interna na coligação. Biu de Lira (PP) não o queria. Ciumeira interna de vereadores até mesmo do PSDB não gostaram desta “queimada de etapas” e no último dia Fernando Collor (PTC) foi escolhido para comandar a chapa, com o presidente da Câmara, Kelmann Vieira (PSDB), como vice.

O resto é história: a coligação como um todo não aceitou a mudança, por falta de apoio Collor abandonou a campanha, assim como Kelmann Vieira, Lira não foi eleito, apesar de mendigar votos para o senado. E Canuto, que teve que se contentar com uma campanha no legislativo após vislumbrar uma chance no executivo, também não levou.

Como havia pedido quatro meses de licença, sem dúvidas, a última coisa que ele queria era ter voltado para esta plenária. Mas sua lealdade a Rui Palmeira falou mais alto. E no fundo, sabe: tivesse sido ele, Renan Filho não levaria tão fácil.