3 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Blog

As falácias das reformas e os empregos que não vieram

nenhum emprego formal gerado, desde a reforma trabalhista. Na previdência, os militares pularam fora.

A reforma no pé do ouvido

No retrocesso dos marcos civilizatórios do País, o conservadorismo politico atacou os direitos trabalhistas dos brasileiros e impôs uma reforma (promulgada em julho de 2017) que fora anunciada como a panaceia do desenvolvimento.

Dizia-se que o País viveria uma revolução e um espetáculo de crescimento com uma infinita oferta de empregos para todos. Mentira pura. Dados dizem que são 13 milhões de desempregados no País e que 11,5 milhões de brasileiros não têm carteira assinada, na atualidade.

Como se vê, tudo o que queriam era reduzir salários, pagar mal, assediar moralmente empregados e, enfim, livrarem-se das leis que preconizavam o mínimo de dignidade para o trabalhador de um modo geral

Em suma: utilizaram-se do expediente da falácia para legitimar as posições de interesses pra lá de mesquinhos. Ou seja, não houve reforma, mas desmonte.

Agora, o mesmo argumento falacioso foi utilizado para a reforma da previdência brasileira. Valem mais os interesses do mercado especulativo do capital financeiro, do que as necessidades de uma melhor qualidade de vida para os idosos do país.

Juntando a promulgação da reforma trabalhista de Temer com o a reforma da previdência de Jair Bolsonaro têm-se, portanto, uma perfeita conexão no cenário do retrocesso no ataque ao estado democrático de direito.

Praticamente alheios ao processo de desmonte, os trabalhadores deixaram passar as duas reformas. Sequer perceberam que nenhuma vaga de emprego formal foi criada depois da “reforma” trabalhista.

Mas, se os trabalhadores civis silenciaram, os militares, muito antes pelo contrário. Logo descobriram que entrar pacotão da reforma da previdência de Bolsonaro era cair numa gelada, sem direito a emergir.

Trataram, pois, de pular fora dessa reforma e passaram a exigir do governo um projeto diferenciado para o segmento. A reação partiu dos quartéis. Primeiro o Exército e agora as polícias estaduais, que reivindicam os mesmos direitos dos militares do EB.

Os militares são os únicos privilegiados nesse processo. Têm aposentadorias mais cedo do que os demais trabalhadores e ficaram de fora da reforma que massacrou a aposentadoria dos cidadãos e cidadãs do mercado de trabalho.

E aí um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( Ipea ), do governo federal, diz que hoje estados já gastam mais com policiais militares ( PMs ) e bombeiros inativos do que com os profissionais destas categorias que estão em atividade. Juntos, eles representam R$ 81 bilhões aos cofres públicos.

O parlamento discute a reforma para os militares. Que regras virão?

Eis o nó da questão.