A crise humanitária na Palestina se alastra com ataque de Israel a hospital, já considerado o mais sangrento à Faixa de Gaza em 15 anos.
O ataque, que deixou mais de 500 mortos, inclusive mulheres e crianças, atraiu condenação internacional, provocou revés nos esforços da diplomacia por um cessar-fogo e incendiou o Oriente Médio, com ameaças do Irã e da milícia xiita libanesa Hezbollah.
Além de médicos, enfermeiros, funcionários e pacientes, milhares de civis estavam abrigados no Hospital Batista Al-Ahli Arab, no bairro de Al-Zaytoun, região sul da Cidade de Gaza. Desesperados por conta dos bombardeios, os palestinos acreditavam estar em segurança no prédio.
O cenário de horror deixado pela bomba israelense destruiu o hospital e espalhou a morte em meio ao fogo e às ruínas do prédio.
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, denunciou o massacre e advertiu: “As chamas das bombas americano-israelenses, lançadas esta noite sobre às vítimas palestinas feridas no hospital em Gaza, vão consumir em breve os sionistas”, declarou, citado pela agência Irna. Protestos contra o bombardeio se espalharam pela Cisjordânia, pela Jordânia, pelo Líbano e pelo Iraque.
ONU e presidente da França condenam
A Organização Mundial da Saúde (OMS) condenou “veementemente” o ataque e lembrou que o Al-Ahli Arab estava “operacional”. “A OMS apela à proteção ativa imediata dos civis e de profissionais da saúde. O direito humanitário internacional deve ser respeitado. O secretário-geral da ONU, António Guterres, se disse “horrorizado”. “Meu coração está com as famílias das vítimas. Os hospitais e o pessoal médico são protegidos pelo direito internacional humanitário.”
” O presidente da França, Emmanuel Macron, reiterou que “nada pode justificar atacar um hospital”. “Nada pode justificar alvejar civis. A França condena o ataque ao Hospital Batista Al-Ahli Arab, que fez tantas vítimas palestinas. Nossos pensamentos estão com elas. Toda a luz deve ser lançada sobre as circunstâncias”, cobrou.