2 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

Áudio de amigos sobre o terrorista preso: “É doidão, homem direito, gente boa, bolsonarista, preparado para guerra”

George Washington de Oliveira Sousa acusado de planejar um atentado terrorista em aeroporto de Brasília e distribuir R$ 180 mil em armanetos

O bolsonarista terrorista, preso neste final de semana sob a suspeita de planejar a explosão de um caminhão com combustível no aeroporto de Brasília, além de distribuir mais de R$ 180 mil em armamentos, está sendo defendido em grupos de extremistas.

Apesar do presidente Jair Bolsonaro durante anos defender a morte de inimigos políticos e defender que “povo armado nunca será escravizado”, houve quem tentasse desviar o foco sobre o terrorista de Brasília. Ou não acreditavam no fato, ou diziam que ele seria um “infiltrado do PT” para desmobilizar os que acampavam na frente dos quartéis.

Pois bem: os amigos de George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, estão defendendo o amigo. Na verdade, confirmam que ele é “doidão” e “preparado para a guerra”, mas que não é que petista. “É bolsonarista doente igual a nós”, segundo áudio em grupo de aquartelados.

Confira:

“Ele foi preparado pra guerra.  Se alguém viesse invadir, ele ia meter a bala, que ele é o bichão. Ele é doidão … Eu conheço ele, conheço o filho dele […]. Esse monte de arma aí, ele levou para defender [a] nós. […] É um homem, homem direito, gente boa”.

A pessoa no áudio confirma que o empresário mora em Xinguara (PA), onde tem um posto de combustíveis. E que o acusado de terrorismo havia viajado para a capital federal, sendo um bolsonarista raíz” E frequentador do acampamento montado por apoiadores do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), em frente ao Quartel-General do Exército no Distrito Federal.

Essa “defesa” foi porque houve questionamentos, entre os próprios bolsonaristas, sobre a efetiva presença de George Washington no local. Na concentração, um dos acampados cobrou que os demais fiquem de olho em possíveis “petistas infiltrados”.

“Se entrou no movimento patriótico para causar o terror, tem que ter disposição para entrar na porrada. Se vocês encontrarem alguém que achem ser infiltrado, não fica denunciando o cara, não. Procura nas redes sociais, porque vocês vão saber quem é a pessoa. Mas a gente está de olho”.

No domingo de Natal, após a prisão, em um palco improvisado, diversos bolsonaristas discursaram sobre o assunto. Um dos apoiadores disse o seguinte:

“Temos de resistir aqui o quanto der. Se não fosse para estarmos aqui, tenho certeza de que [Jair] Bolsonaro viria, falaria para irmos embora e que não tinha mais o que pudesse ser feito”.

Prisão

A polícia chegou a George Washington nesse sábado (24/12), véspera de Natal. O motorista de um caminhão que transportava querosene de aviação acionou a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) após encontrar um dispositivo desconhecido no veículo. O artefato se tratava de uma emulsão explosiva, espécie de bomba usada em garimpos.

Além da PMDF, as polícias Civil (PCDF), Federal (PF) e o Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) se mobilizaram em uma operação para desativar a bomba. A força-tarefa ocorreu perto do Aeroporto de Brasília, no Lago Sul.

Horas após o ocorrido, a PCDF chegou ao suspeito de colocar o explosivo no caminhão. George Washington estava em casa, no Sudoeste, onde foi preso.

George Washington de Oliveira Sousa gastou ainda R$ 170 mil em armas a serem usadas em um possível atentado terrorista em Brasília. Com ele foram encontrados: dois revólveres; duas espingardas; três pistolas; cinco emulsões explosivas; munições e uniformes camuflados no imóvel alugado por ele.

O empresário tinha registro de colecionador CAC, e todas as armas estão no nome dele. No entanto, não há autorização para transitar com essas armas livremente. A situação se agrava porque ele viajou do Pará para Brasília sem guia de autorização de transporte.