19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

Auditor-fiscal de Alagoas é preso em megaoperação do MPE/AL em conjunto com BA e SE

Operação Placebo prendeu além de auditor-fiscal, empresários e laranjas acusados de sonegação fiscal e corrupção, com prejuízos de quase R$ 200 milhões

Com coordenação do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), na manhã desta terça-feira (17) está nas ruas uma grande força tarefa, em parceria com os MPEs de Sergipe e da Bahia, para prender 10 pessoas, entre elas um auditor-fiscal alagoano. Todas são acusados de integrar uma organização criminosa especializada em corrupção de agentes públicos, lavagem de bens e falsificação de documentos, dentre outros ilícitos penais.

As investigações começaram há cerca de seis meses e foi descoberto que o esquema de sonegação fiscal ultrapassou as divisas de Alagoas, alcançando mais dois estados nordestinos. Estima-se um prejuízo de R$ 197 milhões. A ação foi comandada pelo Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal e aos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Conexos (Gaesf).

Placebo

A operação, batizada com o nome de Placebo, e que conta com o apoio do procurador-geral de justiça de Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, cumpriu 10 mandados de prisão e 18 mandados de buscas e apreensões nos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia. Todos foram expedidos pela 17ª Vara Criminal de Alagoas, com competência para atuar no combate ao crime organizado.

São acusados de participar do esquema de sonegação de impostos um auditor-fiscal de Alagoas, quatro empresários do ramo de distribuição de medicamentos, quatro testas-de-ferro, dois laranjas e dois contadores. No Estado foram presos o auditor-fiscal Carlos Antônio Nobre e Silva, os testa-de-ferro Márcio André de Lira e Erasmo Alves da Silva Filho e o contador Benedito Alves dos Santos Júnior.

Já em Aracaju, foram detidos os empresários Antônio Monteiro dos Santos, Arnaldo Monteiro dos Santos, Vanessa Veras Ribeiro e Jenisson Paulino da Silva Ribeiro. Por fim, em Feira de Santana, interior da Bahia, havia mandados de prisão em desfavor das empresárias Maria Edenilce Monteiro dos Santos e a filha dela, Sílvia Santos Borges. Porém, elas se encontram na condição de foragidas da justiça.

Os crimes

As investigações apontam um dano ao erário estadual de aproximadamente R$ 197 milhões, valor atualizado até junho de 2018, graças a imposto sonegado, multas, juros e correção monetária.

Segundo o promotor de justiça Cyro Blatter, coordenador do Gaesf, todos os alvos são acusados de formação de organização criminosa, falsificação de documentos públicos e privados, falsidade ideológica, lavagem de bens e corrupção de agente público.

Blatter comandou os trabalhos em Aracaju. Já em Maceió, a operação ficou sob a responsabilidade do promotor de justiça Guilherme Diamantaras. E, em Feira de Santana, o Ministério Público foi representado pelo promotor de justiça Kléber Valadares.

A Secretaria Estadual da Fazenda, a Procuradoria-Geral do Estado e a Polícia Civil também participam da operação por meio dos seus integrantes que compõem o Gaesf.