6 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Autor do impeachment de Dilma defende avaliação da sanidade mental de Bolsonaro

Miguel Reale Júnior afirmou ainda que que expor pessoas a risco de contágio por coronavírus é crime

Um dos autores do pedido de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, o jurista Miguel Reale Júnior defendeu que o Ministério Público peça que o presidente Jair Bolsonaro seja submetido a uma junta médica para saber se ele teria sanidade mental para o exercício do cargo.

Ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso, Reale acredita que o presidente deve ser considerado “inimputável” por ter participado de uma manifestação no domingo (15), contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília em plena pandemia de coronavírus.

“Seria o caso de submetê-lo a uma junta médica para saber onde o está o juízo dele. O Ministério Publico pode requerer um exame de sanidade mental para o exercício da profissão. Bolsonaro também está sujeito a medidas administrativas e eventualmente criminais. Assumir o risco de expor pessoas a contágio é crime”. Miguel Reale Júnior, jurista e um dos autores do impeachment de Dilma.

O presidente ignorou a orientação de sua equipe médica e diretrizes do Ministério da Saúde para tratar a epidemia do coronavírus e participou, ontem, de ato a favor do seu governo. Ele deixou o isolamento que deveria fazer por ter tido contato com pelo menos 11 pessoas que estão infectadas.

Segundo Reale, a participação de Bolsonaro no ato fere a Lei 13.979, que foi sancionada pelo Executivo e regulamenta as ações para enfrentar a pandemia. Nem mesmo assim, o ex-ministro não defendeu o impeachment deste presidente, pois seria um “processo muito doloroso”.