6 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Autorizações para doação de órgãos crescem quase 30% em Alagoas

Taxa de recusa familiar reduziu de 71% em 2016, para 44% no ano passado

De acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o índice de negativa familiar para doação de órgãos para transplantes caiu de 71% em 2016, para 44% em 2017. Isso significa que, em um ano, o número de famílias que autorizaram a doação de órgãos de parentes com morte encefálica subiu 27%, o que leva o Estado a acompanhar o cenário nacional, cujo percentual corresponde a 42%.

“Atribuímos esses bons números ao trabalho de nossa equipe e, principalmente, às campanhas de conscientização que temos feito, que nos permitiram alcançar um público de diversas faixas-etárias. A Central de Transplantes de Alagoas e a Organização de Procura de Órgãos (OPO) vêm trabalhando incansavelmente, tanto para garantir a integridade de todo o processo, quanto a agilidade para que os órgãos cheguem aos receptores”, destacou Daniela Ramos, coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas.

Um único doador em morte encefálica pode, ao mesmo tempo, ajudar várias pessoas. Isso porque, todos os órgãos e tecidos autorizados pela família serão destinados a vários receptores, inscritos em filas de espera. Contudo, 493 pessoas ainda estão na fila por um órgão em Alagoas. Destas, 318 esperam para receber um rim, 173 para receber uma córnea e duas aguardam por um coração.

Para que a doação ocorra, é indispensável a autorização dos familiares. Por isso, um meio para ampliar a doação no Estado, de acordo com Daniela Ramos, seria que as pessoas que já tenham a consciência da importância da doação de órgãos declarassem aos seus familiares e amigos que desejam ser doadores.

“O cidadão que deseja ser doador não precisa assinar nem pagar nada, basta comunicar sua família para que, caso necessário, o procedimento seja autorizado. Para doações em vida, o doador deve ter mais de 18 anos de idade e o receptor deve ser cônjuge ou parente consanguíneo”, explicou.

Apesar de difícil, esse tipo de conversa familiar não deveria ser adiado para situações de emergência, pois, num momento de grande comoção a família pode ficar em dúvida sobre o que fazer, caso não existam consensos prévios.

“O desconhecimento da vontade do doador, a questão religiosa e, muitas vezes, o conflito entre os familiares, visto que uns aceitam, enquanto outros não, são alguns dos obstáculos que impossibilitam a realização dos transplantes de órgãos”, afirmou.