A salvação de Michel Temer na Câmara dos Deputados, na votação que está marcada para a próxima quarta-feira, 02, tem um preço considerável para os parlamentares das chamadas bancadas “BBB” (Boi, Bala e Bíblia).
Com o início da tramitação da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva, os parlamentares dessas bancadas se organizaram para tirar proveito e defenderem seus interesses que passam pelo agronegócio, à segurança pública e à religião.

As bancadas têm 80% dos 213 deputados que não declararam publicamente como vão votar a respeito da admissibilidade ou não da acusação formal. Esses parlamentares praticamente chantageiam o vulnerável presidente da República, acusado de ser um corrupto contumaz.
Foi graças a isso que a bancada ruralista cnseguiu no dia 11 deste mês a sanção da medida provisória que permite a legalização em massa de áreas públicas invadidas, apelidada por ambientalistas de “MP da Grilagem”.
Por isso, além de distribuir emendas parlamentares e de receber mais de uma centena de deputados, Temer já atendeu algumas reivindicações das frentes e indica que poderá apoiar outras demandas históricas dos grupos. A sinalização mais clara foi dada à bancada ruralista, a mais organizada da Câmara, formada por 205 deputados.
Para barrar o prosseguimento da denúncia na Casa, Temer precisa de um mínimo de 172 votos. A admissibilidade da acusação requer um mínimo de 342 votos. O governo está confiante de que a denúncia será rejeitada. A sessão está marcada para quarta-feira.