20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Bolsa Família pode ficar fora do teto de gastos, decide Gilmar Mendes

Renan Calheiros celebra decisão do Ministro do STF em meio a negociações de Lula e Lira por PEC da Transição

Ministro do STF, Gilmar Mendes, e o senador alagoano Renan Calheiros. Foto Geraldo Magela/Agência Senado

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu ontem (18) que a manutenção no próximo ano do Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família no governo Lula, pode ocorrer pela abertura de crédito extraordinário e que essas despesas não se incluem nos limites do teto de gastos.

Gilmar atendeu parcialmente a um pedido apresentado pelo partido Rede Sustentabilidade, em decisão que foi comemorada pelo senador Renan Calheiros:

A decisão ocorre durante as disputadas negociações de Lula e do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), para a aprovação no Congresso Nacional de uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que amplia o Orçamento para garantir, entre outros itens, o pagamento do auxílio de R$ 600.

Leia mais: PEC da Transição patina e ala do PT já fala em não ceder mais para Lira

O Orçamento apresentado pelo governo atual reservou recursos para um benefício de R$ 400.

Ao atender os argumentos da Rede, Gilmar argumentou ser “juridicamente possível” o uso de crédito extraordinário para a manutenção do benefício social.

PEC

O texto da PEC aprovado no Senado e agora em análise na Câmara amplia o teto de gastos em R$ 145 bilhões, sendo R$ 70 bilhões para garantir um benefício de R$ 600 para o Bolsa Família, mais um adicional de R$ 150 por criança com até seis anos. Também autoriza a liberação de outros R$ 23 bilhões em investimentos fora do limite de despesas, tudo isso por um prazo de dois anos.

A PEC de deveria ter ido ao Plenário na quarta-feira (14), mas a votação foi protelada para esta semana. A indicação é que o texto será avaliado pelos parlamentares nesta terça (20), colocando a apreciação das medidas numa corrida contra o tempo. Os trabalhos no Congresso se encerram na sexta-feira (23).

A tramitação ficou em suspenso com as disputas por ministérios e a incertezas sobre o futuro das emendas de relator, cujo julgamento será retomado no STF neste segunda-feira (19)