16 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Bolsonaro e Michelle ficam calados, mas Wassef, Mauro Cid filho e pai falam na PF

Argumento da defesa é que a PGR opinou que o caso não deveria tramitar no STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle ficaram em silêncio no depoimento prestado à Polícia Federal nesta quinta-feira. O casal ficou na PF por menos de uma hora e não responderam as perguntas.

As autoridades querem saber por quem passaram as joias e outros objetos recebidos de presente. A PF apura se o dinheiro da venda dos objetos teve como destino final a conta do ex-presidente ou de sua mulher.

Também ficaram calados o ex-secretário de Comunicação e advogado Fábio Wajngarten e o ex-assessor de Bolsonaro Marcelo Câmara, que realizou tratativas sobre as joias.

Em petição apresentada à PF, a defesa afirmou que eles “optam por adotar a prerrogativa do silêncio no tocante aos fatos”. O argumento é que a PGR (Procuradoria-Geral da República) opinou que o caso não deveria tramitar no STF (Supremo Tribunal Federal) e, por isso, Bolsonaro e Michelle só prestarão esclarecimentos no juízo competente, disse a defesa.

O PGR Aras age como defensor de Bolsonaro

“Desta forma, considerando ser a PGR adestinatária final dos elementos de prova da fase inquisitorial para formação do juízo de convicção quanto a elementos suficientes ou não a lastrear eventual ação penal, os PETICIONÁRIOS, no pleno exercício de seus direitos e respeitando as garantias constitucionais que lhes são asseguradas, optam por adotar a prerrogativa do silêncio no tocante aos fatos ora apurados”.

A defesa do ex-secretário Fábio Wajngarten também apresentou uma petição da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo argumentando que Wajngarten não poderia ter sido convocado a depor porque é advogado constituído nos autos na defesa de Bolsonaro.

Ao contrário dos demais, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, e seu pai, general Lourena Cid, estão prestando esclarecimentos à PF e não optaram pelo silêncio. O advogado Frederick Wassef, que defende Bolsonaro em outros processos na Justiça, depõe por videoconferência na PF em São Paulo.