24 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsonaro já discute extensão do auxílio emergencial

Ideia foi vista de forma politicamente positiva e está de fato sendo estudada

O presidente Jair Bolsonaro já trabalha com a possibilidade de extensão do auxílio emergencial até o fim do ano. E a ideia foi vista de forma positiva e está de fato sendo estudada.

Candidato à reeleição e próximo de criar o Renda Brasil em substituição ao Bolsa Família, para ter um programa social para chamar de seu, o ficou animado com a possibilidade de extensão do auxílio que, até pouco tempo, era contra.

Da mesma forma que deu aval para que Paulo Guedes tentar convencer o congresso da necessidade da “nova CPMF”, o presidente quer agora que o ministro da Economia encontre meios de tornar a medida uma espécie de política de governo. Uma jogada política e não econômica.

Rombo

Há um problema do rombo no caixa caso a medida seja ampliada. O programa tem um custo mensal aproximado de R$ 50 bilhões. Uma eventual prorrogação com as mesmas regras até o fim do ano faria o custo total chegar a R$ 450 bilhões.

O governo considera reduzir o valor do benefício, mas ai precisaria de nova aprovação do instrumento no Congresso. Na primeira extensão que fez do benefício em junho, o governo optou por mais duas parcelas de R$ 600 justamente para evitar mais uma negociação com o Parlamento.

E os parlamentares, que brigaram desde o início para aumentar o valor proposto inicialmente pelo governo, devem mostrar resistência a uma redução, já que em ano eleitoral ninguém quer o carimbo de que “votou contra os mais necessitados”.

Na semana passada, após viagens pelo Nordeste e pelo Sul, o presidente disse que fará pelo menos uma viagem por semana.No nordeste, o presidente escancarou o seu lado candidato ao montar em uma égua com chapéu de couro na cabeça. E foi justamente o auxílio emergencial que o tornou mais popular na região, antes dominada pelo rival PT, de Luiz Inácio Lula da Silva.