Em depoimento na CPI dos atos golpistas, o hacker Walter Delgatti afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe prometeu um indulto para que ele tentasse fraudar as urnas eletrônicas e colocasse em dúvida a lisura das eleições.
A promessa teria acontecido durante uma reunião com o próprio Bolsonaro, no Palácio do Alvorada e. Posteriormente, no Ministério da Defesa, ele foi tratar de termos técnicos das urnas.
Delgatti está hoje na CPI um dia depois da oitiva à PF (Polícia Federal), em que afirmou ter recebido da deputada Carla Zambelli (PL-SP) para fazer os trabalhos ilegais.
Ele entrou na mira da comissão justamente por ter sido preso pela corporação, acusado de ter invadido o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Ainda segundo o hacker, Zambelli agiu para ele se reunir com o presidente do PL. Valdemar Costa Neto, com Duda Lima, marqueteiro da campanha de Bolsonaro nas eleições de 2022, e com o próprio Jair Bolsonaro, à época candidato à reeleição.
O primeiro encontro foi na sede do PL em Brasília com Valdemar, Duda e Zambelli. No dia seguinte, ele foi ao Palácio do Alvorada para se reunir com Bolsonaro, Na ocasião, conversaram sobre o plano de tentar provar que as urnas eram fraudáveis.
Ainda segundo o hacker, Bolsonaro teria dito que não entende da parte técnica do sistema eleitoral e pediu que ele conversasse com o ministro da Defesa. Agradeceu o hacker, disse que ele estava “salvando o Brasil” e, então, teria garantido o indulto.
Delgatti ficou conhecido como o “hacker da Vaza Jato” após invadir os celulares de integrantes do Ministério Público e ter acesso às mensagens do ex-juiz da Operação Lava Jato Sergio Moro, atualmente senador, e do ex-procurador da República e deputado cassado Deltan Dallagnol.
O plano
De acordo com o depoimento, o plano era fazer dele um garoto-propaganda da campanha de Bolsonaro. Com o plano sendo abortado, planejaram então que ele gravasse um vídeo mostrando que as urnas não eram confiáveis – e que quem apertasse o 22 de Bolsonaro seria direcionado para o 13 de Lula (PT).
Isso seria feito com uma urna que seria emprestada pela OAB, colocando um aplicativo feito por ele e mostrando à população, de maneira falsa, que seria possível apertar um número e sair outro. “Eu faria um código fonte meu, não do TSE, para a população ver que seria possível apertar um voto e imprimir outro”.
Esse seria o plano de Duda Lima e aprovado por Bolsonaro.
Sobre o ministério da Defesa, ele explicou que os funcionários tentavam decorar o código fonte e outros detalhes do sistema eleitoral para repassar a ele. “A ideia inicial era que eu inspecionar o código fonte e apenas os servidores da Defesa tinham acesso. Eles acabavam decorando o pedaço do código e me repassando. Eu dei orientações [a eles]”, disse.
O Brasil teve por quarto anos,UMA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA,não um governo.