21 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Bolsonaro: “Quilombolas não fazem nada”

Deputado insinuou que a procuradora Raquel Dodge poderia ser contra a candidatura dele

O deputado e pré-candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL-RJ) criticou a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que o denunciou ao STF (Supremo Tribunal Federal) sob acusação dos crime de racismo contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, na TV Bandeirantes, Bolsonaro insinuou que a procuradora poderia ser contra a candidatura dele. O presidenciável se disse alvo de “pancadas” e que “esta semana foi um festival por conta do Ministério Público me acusando de racista”.

“Ela teria que, primeiro, dizer para nós por que ela entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal para acabar com o voto impresso. Ela confia no voto eletrônico ou ela faz parte do mecanismo, do sistema que interessa qualquer um se eleger em 2018, menos Jair Bolsonaro?”, indagou o deputado.

Bolsonaro emendou com novas críticas aos quilombolas, afirmando que eles não fazem nada.

“Quanto aos quilombolas, eu tenho imunidade total por quaisquer palavras, opiniões e votos. Eu gostaria que a ilustríssima senhora Raquel Dodge nos acompanhasse neste quilombola que eu fui, em Eldorado paulista, para ver o desperdício de recursos, maquinários abandonados. Eles não fazem absolutamente nada. É uma realidade”, afirmou, dizendo que, após a visita, Dodge iria dar razão a ele.

Denúncia

Na denúncia apresentada, Dodge escreveu que, durante palestra no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, em abril do ano passado, em pouco mais de uma hora de discurso, “Jair Bolsonaro usou expressões de cunho discriminatório, incitando o ódio e atingindo diretamente vários grupos sociais”.

Para a procuradora, a conduta do presidenciável é “ilícita, inaceitável e severamente reprovável”.