22 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsonaro vê como “declaração de guerra” ações do TSE contra sua campanha

Corte proibiu o porte de armas nas seções eleitorais, concluiu que o presidente propagou notícias falsas sobre o sistema eleitoral e multou uma cooperativa por financiar outdoor

O presidente Jair Bolsonaro não reagiu bem às decisões tomadas pelo Tribunal Superior Eleitoral desta terça-feira, quando numa única sessão plenária, a Corte proibiu o porte de armas nas seções eleitorais, concluiu que o presidente propagou notícias falsas sobre o sistema eleitoral e multou uma cooperativa por financiar propaganda pró-reeleição.

De forma privada, Bolsonaro disse ter interpretado esse lote de julgamentos como uma “declaração de guerra”. A afirmação é de Josias de Souza, do UOL.

O presidente ficou mais aborrecido ainda com as observações do ministro Ricardo Lewandowski. Relator do processo que distanciou as armas das urnas, Lewandowski mencionou em seu voto o episódio da invasão do Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos, por simpatizantes de Donald Trump.

O ministro, chamado de “lulista” por Bolsonaro, disse ser  “alarmante os números concernentes à quantidade de armas de fogo em posse da população” e declarou que os governantes deveriam “evitar discursos ou falas que fomentem a polarização”.

Esse incômodo de Bolsonaro com o Judiciário divide o staff da campanha de Bolsonaro. Um grupo considera natural que o presidente estimule seus devotos a saírem às ruas no dia 7 de Setembro para extravasar a insatisfação com o que chama de “perseguição” judicial. O outro torce para que o presidente não afaste parte de seu eleitorado que não gosta desse discurso.