20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Esportes

Brasil enfrenta a Suíça para provar que acabou a “Neymardependência”

Em 2014 e 2018, Neymar era a única referência do time; Hoje, Tite tem seus jovens das “perninhas rápidas”

O Brasil enfrenta hoje (28) a Suíça, a partir das 13h, em sua segunda partida válida pela fase de grupos da Copa do Mundo 2022. Partida essa que é uma oportunidade para a nova geraçã, que conta com Raphinha, Vini Jr., Antony, Rodrygo e Richarlison, mostrar que a o Brasil não sofre mais de “Neymardependência”.

Líder do Grupo G, com três pontos, o Brasil busca a classificação antecipada às oitavas de final do Mundial, assim como a Suíça, também com três pontos, que ocupa o segundo lugar na chave devido ao saldo de gols. No mesmo grupo estão Camarões e Sérvia que ainda não pontuaram na competição.

No ciclo do técnico Tite, a seleção chegou a ser campeã da Copa América de 2019 sem o seu camisa 10, mas apenas pela terceira vez será testada em uma Copa do Mundo sem sua principal referência 100% fisicamente. Nas outras duas vezes, as partidas terminaram em  eliminação.

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Vale constar ainda que em 2014, quando o colombiano Zuniga lesionou a coluna de Neymar na Copa no Brasil, o clima foi de completo velório.

O time dos então técnicos Felipão e Parreira não demonstrou abatimento, com atletas chorando e carregando o uniforme de Neymar como um soldado abatido. Não deu outra: 7 a 1 para a Alemanha no Mineirão, em um dos dias mais emblemáticos da história das Copas.

Hoje, no entanto, a ausência foi tratada com normalidade, mesmo sendo o primeiro desafio para ser superado pelo atual grupo, que é formado em sua grande maioria no ataque por jovens que têm em Neymar o seu grande espelho.

Além disso, pela primeira vez em quase uma década, há fartura de opções para formar um ataque que desperta medo em praticamente todos os rivais.

Manter o mesmo nível técnico é o segundo desafio desse grupo. Antony, Rodrygo, Vinicius Junior, Raphinha e Gabriel Martinelli são os chamados perninhas rápidas que tentam dividir o protagonismo com Neymar. Eles servem um ataque que tem Richarlison, Gabriel Jesus e Pedro como opções.

Em campo

Os substitutos do lateral Danilo e do atacante Neymar na partidaserão conhecidos somente uma hora antes de a bola rolar, que é quando as escalações oficiais são anunciadas. Ao menos é o que o técnico Tite deixou claro neste domingo (27), em entrevista coletiva.

No lado direito do sistema defensivo da seleção brasileira, as opções são Daniel Alves e Éder Militão. O primeiro é um jogador da posição, mas não participa de um jogo oficial desde setembro. O segundo é zagueiro, mas também atua como lateral, tendo exerceu a função, em algum momento, em São Paulo, Porto (Portugal) e Real Madrid (Espanha).

“A definição da equipe já foi feita, mas tenho por hábito, de agora, passá-la na hora do jogo [risos]. Em termos estratégicos, você consegue fazer algumas mudanças comportamentais ou de características de atletas. O Militão já jogou nessa função e tem característica para tal. O Dani é construtor, fora as qualidades técnica e de liderança. Moral da história? Não vou dizer quem vai jogar”.

Para o lugar de Neymar, as escolhas variam conforme a estratégia de jogo. O atacante Rodrygo ou o meia Everton Ribeiro, por exemplo, seriam opções para manter o desenho tático do time que venceu a Sérvia por 2 a 0 na última quinta-feira (24), com o meia Lucas Paquetá em uma função mais defensiva, ao lado de Casemiro.

Se a decisão for pelos também volantes Fred ou Bruno Guimarães, Paquetá assumiria o papel que foi de Neymar diante dos sérvios, atrás do trio de ataque composto por Vinícius Júnior, Richarlison e Raphinha.