8 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

‘Brasil virou cemitério e isso não ficará impune’, diz Renan, relator da CPI

Senador afirma que haverá responsabilização pelo “morticínio” no país e rechaça o “CPI não vai dar em nada”

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), o relator da CPI da Covid, diz que o governo e senadores que apoiam Jair Bolsonaro (sem partido) estão equivocados quando dizem que as investigações da comissão vão “dar em nada”.

“Os fatos falam por si”, afirma ele. “O Brasil virou o cemitério do mundo. O fato de terem transformado o Brasil nisso não ficará impune. Seria a desmoralização de todos nós da CPI”. Renan Calheiros.

Após ser revelado pelo UOL que o Palácio do Planalto acredita que a CPI “não vai dar em nada” e que a população estaria desinteressada do assunto, Calheiros afirmou que a Comissão não é uma briga de governo e oposição. Nem de grupos ideológicos.

“Se houver provas sobre os morticínios, haverá, sim, responsabilização. ACPI quer mostrar a verdade. E vai mostrar o que aconteceu e o que fizeram para salvar, ou não salvar, vidas”. Renan Calheiros.

Nesta semana, já estão marcados os depoimentos do ex-secretário de Comunicação do governo, Fabio Wajngarten, que acusa o Ministério da Saúde de incompetente na compra de vacinas, e do ex-chanceler Ernesto Araújo.

Na semana passada, a comissão tomou os depoimentos dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich e do atual comandante da pasta, Marcelo Queiroga. Se esquivando e dizendo estar com suspeita de Covid-19, Pazuello ainda não compareceu.

Relatório paralelo

Além da interpretação do Planalto, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), em jantar em São Paulo com um grupo em que estavam representantes dos bancos Itaú, BTG e Bradesco, além de industriais, afirmou que, caso o relatório de Renan Calheiros seja contra o governo, os parlamentares da base de Jair Bolsonaro farão um documento alternativo, livrando o presidente de responsabilidade.

O senador governista acredita que a população está, sim, interessada nos trabalhos da comissão. E que pesquisas mostram “que é aprovada por 70% da população”.