20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Brasileiro perde virgindade aos 18 anos e tem 10 parceiros na vida, segundo pesquisa

Dados colocam em cheque a hipersexualização do brasileiro, que teria população de 66% se identificado como heterossexual

Segundo pesquisa com 3.650 brasileiros, com idade média de 45 anos, o IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) aponta que pessoas começam a consumir pornografia ainda na adolescência, aos 12 anos, e fazem sexo pela primeira vez aos 18 anos.

Como parte do “International Sex Survey”, trabalho científico envolvendo 45 países, que teve seu questionário online respondido por 82 mil pessoas ao redor do planeta, os dados desmistificam um pouco a ideia do brasileiro hipersexualizado, já que a maioria está satisfeita com a própria vida sexual e o parceiro.

Obtida com exclusividade pelo VivaBem, do UOL, a pesquisa teve alguns dos seguintes destaques, sempre levando-se em média com as respostas dos brasileiros envolvidos:

  • As pessoas tiveram 10 parceiros ao longo da vida;
  • Em um relacionamento sério, transaram de 2 a 3 vezes no mês a 2 a 3 vezes por semana no último ano;
  • Viram pornografia de 2 a 3 vezes por semana nos últimos 12 meses;
  • Masturbaram-se de 2 a 3 vezes no mês a 2 a 3 vezes por semana no último ano;
  • 44% estão satisfeitos sexualmente com o parceiro ou a parceira;
  • 99,2% se masturbaram ao menos uma vez na vida;81% já fizeram sexo com um parceiro ou parceira casual (alguém com quem não tinham um relacionamento).

Além de colocar em cheque a hipersexualização do brasileiro, a pesquisa reflete algo que é tendência em relacionamentos: a frequência sexual é maior no início e vai aos poucos caindo.

Segundo Marco Scanavino, psiquiatra e professor do IPq, responsável pela pesquisa no Brasil, apesar do estudo ter representatividade em termos de gênero e orientação sexual, não se pode ter respostas generalizadas para toda a sociedade brasileira.

Ou seja, os dados são um recorte que oferece alguns insights importantes sobre comportamentos sexuais de muitos brasileiros, mas não todos eles.

Pornografia

O fácil e rápido acesso a esse tipo de conteúdo é um estímulo com grande potencial para o jovem desenvolver uma compulsão por sexo, caso tenha predisposição para esse tipo de comportamento.

Não à toa, a ciência hoje já analisa com mais atenção o vício em pornografia e quais danos ele pode causar à sexualidade humana —especialmente entre adolescentes, que ainda estão em formação física e emocional.

“É muito importante os jovens terem em mente que fora das telas a duração da transa, o desempenho do parceiro ou parceira, a intensidade dos orgasmos e as posições sexuais são bem diferentes das performances e cenas acrobáticas vistas no pornô. Esperar que toda transa seja igual à da pornografia pode gerar frustração e insegurança”. Marco Scanavino.

Sexualidade

A pesquisa também analisou a orientação sexual dos brasileiros:

  • 66% se identificaram como heterossexuais
  • 13% como gays ou lésbicas
  • 8,6% disseram ser bissexuais

No entanto, 34% dos respondentes declararam não se identificarem como “estritamente heterossexuais”.

É um reflexo da modernidade, de como a sexualidade hoje já é vista como algo mais fluido, especialmente nas sociedades ocidentais, e como há maior liberdade para assumir diferentes comportamentos, identidades e orientação sexual.