No último domingo (17), durante a estreia do Brasil na Copa do Mundo, um grupo de brasileiros publicou nas redes sociais um vídeo com uma mulher, rodeada por homens, vestindo a camisa da Seleção e gritando em coro “boce… rosa”.
Ela, que não sabia falar português, apesar de estar desconfortável, foi instruída a cantar as palavras. Enquanto tentava, torcedores tiravam selfies e continuavam a cantar em coro.
O vídeo viralizou e virou pauta em todas as rodas de conversa. Em campos opostos estão os que não viram na atitude nada de nocivo, que fora apenas uma brincadeira e que o mundo está muito chato. Já outros querem o fim das carreiras dos homens no vídeo.
Independente do resultado, a atitude colocou mais uma vez a diferença de opiniões sobre machismo e o dito “politicamente correto” dos dias de hoje.
Denúncia na Rússia
Os envolvidos no vídeo podem responder por crime no país da Copa do Mundo. A jurista russa Alyona Popova fez uma denúncia e escreveu uma petição contra os atos machistas por violência e humilhação pública à honra e à dignidade de outra pessoa.
Dessa forma, o Ministério de Assuntos Interiores deve começar a investigar o caso de acordo com a petição e com os relatos já publicados na imprensa. A petição ajuda a promover a opinião pública sobre o caso e a encontrar soluções para o problema.
“Na legislação russa, existem várias opções de multa aplicadas às pessoas que humilharam publicamente a honra e a dignidade. Assim, os cidadãos estrangeiros no vídeo podem ser responsabilizados por cometer um delito nos termos da Parte 1 do art. 5.61 do Código de Ofensas Administrativas (insulto, isto é, honra e dignidade de outra pessoa, expressa na forma indecente – implica a imposição de uma multa administrativa aos cidadãos, no montante de mil a três mil rublos), ou processado sob Parte 1 do art . 20.1 do Código Administrativo (vandalismo), isto é, a violência da ordem pública, expressando desrespeito claro para a sociedade, acompanhados por linguagem ofensiva em locais públicos, abuso sexual ofensivo para os cidadãos”, diz a petição.
Os envolvidos
Entre os pais de família que puxavam coro, estavam o tenente Eduardo Nunes foi identificado pela Polícia Militar de Santa Catarina como um dos envolvidos e deverá ser punido pela instituição.
Um paulista que mora em Dublin, há cerca de quatro anos e estuda gestão de tecnologia de informação na Dorset College, foi identificado por amigos. Outros já foram identificados neste que se tornou uma das maiores polêmicas do Mundial, como o advogado filiado ao PSB Diego Valença Jatobá e o engenheiro Luciano Gil.
Em outro vídeo, um funcionário da Latam foi demitido pela companha nesta quarta-feira por seu envolvimento em atitude machista com russas durante a Copa do Mundo.
Todos ficaram incomodados com a exposição pública e o fato de seus nomes terem sido expostos. Não imaginavam que haveria algum tipo de reação. A mulher no vídeo pode ser exposta. Eles não?