7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Caixa 2 Tucano: Empresa denuncia campanhas de Serra e Alckmin

Concessionária pagará R$ 81,5 milhões de multa

A CCR, e o Ministério Público de São Paulo vão anunciar o fechamento de um acordo nesta quinta (29). A empresa, que atua no mercado de concessões de estradas, metrôs e aeroportos, relata ter doado R$ 44,6 milhões para o caixa dois de políticos de São Paulo.

Apesar dos nomes dos políticos estarem sendo mantidos sob sigilo, uma parte vazou e fazem parte do grupo o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), o senador José Serra (PSDB-SP) e o ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), futuro chefe da Casa Civil do governador João Doria (PSDB).

Como concessionária de serviço público, a CCR é proibida por lei de fazer doações a partidos. Para se livrar de processos que teria de responder, a empresa pagará uma multa de R$ 81,5 milhões para o governo paulista.

Caixa 2

Em maio em maio a CCR negociava um acordo no qual citaria Alckmin como um dos beneficiários de recursos de caixa dois da concessionária. O montante, de R$ 4,5 milhões, foi entregue, segundo a empresa, a um cunhado de Alckmin, Adhemar Ribeiro.

A Odebrecht também citou o cunhado como operador de recursos ilícitos para campanhas do tucano. O valor destinado a Serra teria sido intermediado pelo empresário Marcio Fortes, também citado pela Odebrecht como operador do tucano.Alckmin e Kassab.

A CCR começou a negociar o acordo em maio deste ano, depois de operador financeiro Adir Assad ter contado em acordo de delação que havia gerado R$ 46 milhões para o caixa dois da empresa.

A empresa fez o acordo para evitar ter mais problemas no futuro, com repercussões no valor das ações negociadas na B3, a Bolsa paulista. Em fevereiro deste ano, quando o acordo de delação de Adir Assad se tornou público, as ações despencaram 10,1% e o valor da empresa caiu R$ 4,62 bilhões.

Os políticos citados não declararam a denúncia.