6 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Calheiros é pressionado por oposição a não disputar presidência do Senado

“Se tiver de ser candidato, serei”, escreveu o senador nas redes sociais

Cotado para presidir o Senado pela quarta vez, Renan Calheiros (MDB-AL) divulgou mensagem em que, apesar de afirmar ainda não ter decidido entrar na disputa, se diz preocupado com o equilíbrio institucional.

O senador alagoano também critica aquele que, hoje, é tido como seu principal adversário, o cearense Tasso Jereissati (PSDB) e afirma não querer ser presidente do Senado “a qualquer custo”, mas admite considerar a possibilidade. E que o MDB só indicará um nome para a disputa na “undécima hora”. “Se tiver de ser candidato, serei”, escreve o senador.

Veja na íntegra sua postagem:

Oposição

Por outro lado, partidos que articulam um bloco parlamentar de oposição a Jair Bolsonaro (PSL) sugeriram a Calheiros que se afaste da disputa pela presidência do Senado.

Um dos líderes do grupo, o senador eleito Cid Gomes (PDT-CE), disse a Renan que ele deveria esperar mais dois anos para voltar a postular o cargo. Cid e seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, trabalham para isolar o PT e assim atrair o apoio de senadores que preferem se manter independentes em relação ao novo governo.

O grupo, que reúne integrantes do PDT, do PSB, da Rede e do PRP, quer formalizar nesta semana o bloco com a divulgação de um manifesto, numa tentativa de atrair parlamentares que pretendem manter distância de Bolsonaro mesmo sem fazer oposição aberta.

De acordo com o grupo, Bolsonaro pode contar com o apoio automático de até 20 dos 81 senadores, incluindo integrantes do PSL, do PRB e do PTB. Os que estarão contra o novo governo podem chegar a 15, dizem, e os demais querem evitar qualquer alinhamento agora.

Bolsonaro

Simone Tebet (MDB-MS) e Tasso Jeiressati (PSDB-CE) se movem nos bastidores. Os alinhados com Bolsonaro têm defendido a candidatura de David Alcolumbre (DEM-AP), enquanto que o presidente eleito determinou que o PSL não lance nenhum nome na disputa.

O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse que seu pai não deverá interferir nas eleições para a presidência do Senado, mas ressaltou que seu grupo político não vai apoiar uma eventual candidatura de Renan Calheiros (MDB-AL) ao posto.

“O que ele tem a oferecer de novo? Qual é a colaboração que eles podem dar? Não é uma frente contra Renan, mas a favor do Brasil. Uma parte do Senado não vai caminhar com ele. Vamos conversar para ver até onde ele quer ir com isso”, disse nesta segunda-feira (3), em entrevista na Globo News.

“Tem que ser alguém ficha limpa, que conheça bem a casa e que esteja alinhado com esse novo momento político do país”, afirmou Flávio. Ao final de novembro, Renan Calheiros foi absolvido de processo de improbidade na justiça federal. “A orientação do Onyx Lorenzoni (DEM-RS) é de aguardar até que os nomes se consolidem melhor”. Onyx é coordenador da equipe de transição do futuro governo.